quarta-feira, 11 de novembro de 2015

ATPC - 11/11/2015

20/11 - DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA





Raquel Júnia
Desde 2003 legislação obriga o ensino dos temas, mas educadores e gestores ainda têm dificuldades para fazer valer as leis no cotidiano escolar. 


No dia 13 de maio, a Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir) lança um selo que será entregue aos municípios e estados que cumprirem a legislação e inserirem nos currículos escolares da educação básica o ensino da cultura e história afro-brasileiras, africanas e indígenas. A data é simbólica, já que em 13 de maio de 1888 foi assinada a Lei Áurea, que proibiu, ao menos na teoria, a escravidão no Brasil. O 13 de maio é também o Dia Nacional de Combate ao Racismo.

Atualmente, há leis que asseguram a obrigatoriedade do ensino da cultura e história afro-brasileiras, africanas e indígenas nas escolas. A lei 10.639 foi sancionada em 2003 e institui o ensino da cultura e história afro-brasileiras e africanas e a lei 11.645 complementa a lei 10.639 ao acrescentar o ensino da cultura e história indígenas. Ambas alteram a lei 9.394 , que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional.

Para nortear o cumprimento da legislação, o Conselho Nacional de Educação aprovou em 2004 e o Ministério da Educação (MEC) homologou as Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN's) para educação das relações étnico-raciais . Pelas diretrizes, o ensino deve ter três princípios: consciência política e histórica da diversidade; fortalecimento de identidades e de direitos; ações educativas de combate ao racismo e às discriminações. Os princípios se desdobram em diversas ações e posturas a serem tomadas pelos estabelecimentos de ensino.


A legislação não especifica se os temas relativos à história e cultura afro-brasileiras, africanas e indígenas devem formar uma disciplina à parte. "Os conteúdos referentes à história e cultura afro-brasileira e dos povos indígenas brasileiros serão ministrados no âmbito de todo o currículo escolar, em especial nas áreas de educação artística e de literatura e história brasileiras", diz o parágrafo 2º da lei 11.645.

Com relação aos temas afro-brasileiros e africanos as DCN's especificam que: "O ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana, a educação das relações étnico-raciais se desenvolverão no cotidiano das escolas, nos diferentes níveis e modalidades de ensino, como conteúdo de disciplinas, particularmente, Educação Artística, Literatura e História do Brasil, sem prejuízo das demais, em atividades curriculares ou não, trabalhos em salas de aula, nos laboratórios de ciências e de informática, na utilização de sala de leitura, biblioteca, brinquedoteca, áreas de recreação, quadra de esportes e outros ambientes escolares".

As diretrizes sugerem ainda, por exemplo, que no ensino da história afro-brasileira esteja compreendida a história dos quilombos; na história da África, as civilizações e organizações políticas pré-coloniais, como os reinos do Mali, do Congo e do Zimbabwe; e da cultura africana, as universidades africanas Timbuktu, Gao, Djene do século XVI, entre várias outras indicações.

O professor do departamento de sociologia da Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR), Valter Silvério, acredita que o principal benefício da inclusão dos temas no currículo é o encontro das crianças com a sua própria história."Índios e negros sempre aparecem na história oficial como seres ahistóricos. É importante para as crianças relacionarem e identificarem os diferentes corpos da história brasileira. A própria relação dos estudantes com a escola pode mudar e os professores vão ser obrigados a se capacitarem nessa área temática, já que não estão preparados, não por culpa deles, mas porque estão repassando o que aprenderam", opina.

Para Valter a história da Europa pode ser desmistificada com a inclusão da história afro-brasileira, africana e indígena nos currículos. "Não para criar um tipo de revanchismo, mas a história deve ser recontada com a presença de outros atores que a compuseram. O Brasil tem todos estes atores, então, é preciso que o estudo seja melhor distribuído. A Europa já é bem estudada", afirma. O professor lembra que até a aprovação destas leis não havia nada que garantisse que os temas fossem tratados na escola.

Como inserir no currículo?

O coordenador do Programa de Pós-graduação em Educação da Universidade Católica de Petrópolis, Antônio Flávio Moreira, considera que a inclusão dos temas no currículo é muito positiva, sobretudo quando se pensa no público que frequenta as escolas públicas, formado por muitas crianças negras."Trazer para as crianças uma discussão sobre a história e cultura afro-brasileiras é fundamental para que elas percebam que não é só o vencedor que faz a história, que todo o povo tem sua história e que é preciso conhecê-la para entender o presente e pensar o futuro", afirma.

Antônio Flávio observa, entretanto, que é preciso pensar com cuidado a respeito de como novos conteúdos devem ser incluídos no currículo escolar, não apenas em relação aos referentes à cultura e história afro-brasileiras, africanas e indígenas, mas também outros que em vários momentos se pensa em incluir, como sexualidade, trânsito e direitos humanos, por exemplo."Eu penso que não vai dar nunca para se incluir no currículo tudo que gostaríamos, há que se fazer uma seleção, é inevitável. Me preocupa um pouco a sobrecarga de temas pelos quais o currículo é visto como responsável em termos de discussão e isso precisa ser pensado com mais cuidado", ressalta.

O professor dá um exemplo de como o tema pode ser incluído. "Quando se trabalha literatura, por exemplo, e se mostra ao aluno o valor de um texto literário, o estilo daquele escritor, buscando sensibilizar o aluno para outras obras literárias e para a literatura em geral, isso pode ser feito tanto pela literatura brasileira, quanto pela literatura portuguesa ou pela literatura africana. Então, talvez o aluno deixe de conhecer alguns escritores brasileiros, mas ele por outro lado vai enriquecer os seus conhecimentos com a familiaridade com autores africanos contemporâneos", sugere.

Na Escola Municipal Professor Souza da Silveira, no Rio de Janeiro, a coordenadora pedagógica do Ensino Médio noturno, Carla Lopes, tenta, desde 2004, fazer a lei ser aplicada na prática. Carla, que também é professora de história, conta que a melhor forma que encontrou para cumprir a legislação foi inserindo no projeto político pedagógico o Programa de Reflexões e Debates para a Consciência Negra, idealizado por ela e pelo educador George Araújo. A proposta contempla ações durante todo o ano letivo, com palestras, atividades culturais e inserção no programa das disciplinas dos temas previstos na legislação. "Em 2004 fizemos uma semana da consciência negra na escola e tive bastante reação, professores batendo porta, alunos dizendo que eu estava implementando o racismo na escola, e foi a partir daí que fizemos o diagnóstico que não dava para trabalhar com a cultura africana e afro-brasileira somente na semana da consciência negra, percebemos que tinha que ser um ato cotidiano", relata Carla.

Ela explica que os professores foram incentivados a buscar no programa de suas disciplinas possibilidades de abordagem da história e cultura afro-brasileiras. Ela fala que, sobretudo no início da implementação do programa, não foram todos os professores que aderiram à proposta. "De seis professores de matemática, apenas dois aderiram", diz. Entretanto, os estudantes das turmas que não eram atendidas por estes professores começaram a reclamar. Hoje, ela considera que alunos e professores já reconhecem o valor e a necessidade de se continuar com a proposta.

Carla ressalta que alguns resultados deste trabalho são visíveis. Estudantes e professores da escola se envolveram também em outros projetos, como a criação de um jornal comunitário, a implementação da agenda 21 local, com o tema Racismo Ambiental, e o desenvolvimento de um vídeo e livro sobre patrimônio imaterial, com a proposta de levantar a memória do samba. Além disso, conta que três estudantes foram premiados em concursos de redação que tinham como temas direitos humanos, diversidade, história e cultura afro-brasileira.

Ela acredita que em algumas escolas há uma interpretação equivocada da lei ao criar disciplinas para tratar dos temas. "Eu acho que as diretrizes justamente querem mostrar que é para estes temas estarem em todas as disciplinas. È como educação ambiental: não dá para você aprisionar educação ambiental em apenas uma disciplina, porque perpassa todas as outras. A grandiosidade do momento que vivemos hoje é essa liberdade de poder trabalhar com a história africana e a cultura afro-brasileira de uma maneira que perpassa as disciplinas", comenta.

A professora exemplifica como os temas são tratados nas disciplinas oferecidas aos alunos do Ensino Médio noturno da Escola Municipal Souza da Silveira. Nas aulas de língua estrangeira, Carla relata que desde 2005 os professores trabalham fazendo o diálogo entre a língua estrangeira e a temática da diversidade. Em 2009, os estudantes foram incentivados a investigar como a cultura negra norte-americana influenciou a brasileira. Dessa maneira, os alunos estudaram o Hip-hop, o Charme e como esses ritmos dialogam com a música e dança brasileira. Ela diz que nesse processo se descobriu, por exemplo, que alguns alunos eram DJ's e se apresentaram durante as aulas.

O que diz o MEC

Com relação ao ensino da história e cultura indígena, a Coordenação Geral da Educação Escolar Indígena, ligada à Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secad) do Mec, explica que a escolha sobre a forma de abordagem dos temas depende da realidade de cada escola. "Depende do projeto pedagógico da escola. Se for um projeto multidisciplinar, a abordagem não será em disciplinas, mas por temas de estudo. Nos estudos da língua, por exemplo, pode-se discutir a literatura oral dos povos indígenas e mais recentemente a literatura também escrita. Nos estudos da sociedade, discutir as formas de organização social dos povos indígenas que diferem entre si e entre nossa sociedade. Nos estudos de matemática, apresentar os diferentes sistemas de contagem dos povos indígenas e em que esses sistemas são empregados. Se o projeto for disciplinar, será melhor trabalhar por temática específica para aprofundar o conhecimento", orienta a coordenação, por meio da assessoria de imprensa.

A coordenadora geral de Educação da Diversidade da Secad, Leonor Franco, reafirma que a história e cultura afro-brasileiras, africanas e indígenas são componentes curriculares a serem incluídos em todas as disciplinas, especialmente naquelas destacadas pela legislação - educação artística, literatura e história.

Cumprimento da lei

Valter Silvério avalia que apesar de haver uma vontade política do governo federal para cumprimento da lei, poucos municípios e estados demonstram esforço para implementar o ensino da cultura e história afro-brasileiras, africanas e indígenas na escola. "Há algumas explicações para isso que têm relação com o lugar que os negros e indígenas ocupam no imaginário social. Formamos uma ideia que considero ingênua de que vivemos em uma democracia racial. E também há outra explicação que gosto mais, que tem relação com o racismo de nossas elites. Quando existe uma lei que diz que estes temas devem ser abordados na história e os gestores se recusam a implementar o nome dado para isso é racismo", diz.

A coordenação geral da educação escolar indígena, vinculada à Secad/MEC, avalia que no caso do ensino da cultura e história indígenas há situações diversas pelo país, em relação ao cumprimento da legislação. "Em alguns estados, a nova legislação sobre educação escolar indígena contribuiu para muitos avanços, como na criação de programas específicos de formação de professores em magistério nas licenciaturas interculturais, na produção de materiais didáticos específicos, em maior autonomia pedagógica para as escolas indígenas. Em outros, os avanços são poucos e há demora em sua institucionalização", respondeu a coordenação, por meio da assessoria de imprensa da Secad.

A coordenação afirmou ainda que acredita que com o novo modelo de gestão da educação indígena no país, implementado recentemente, com o decreto 6861/2009, haverá mais equidade na efetivação da lei. O decreto institui territórios etnoeducacionais, o que significa que será respeitado o limite das terras indígenas para se pensar a educação, independentemente da divisão político-administrativa do país.

Sobre o ensino da cultura e história afro-brasileiras e africanas, a Secad respondeu que há uma pesquisa em andamento, coordenada pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), sobre o cumprimento da Lei 10.639, que em breve será divulgada e fornecerá elementos mais precisos sobre o cumprimento da legislação.

Alguns passos necessários

A professora Carla aponta que a falta de material didático apropriado se torna também uma dificuldade para se trabalhar os temas. "A lei é criada, altera a LDB, mas o próprio MEC aprova livros didáticos que não contemplam esta temática. Isso desestimula", critica.

Antônio Flávio destaca que é preciso incluir estes temas na formação dos professores. "O conhecimento da literatura africana contemporânea tem tanta coisa bonita e precisa ser difundida, não só na escola, mas nos cursos que formam professores, porque se o professor que vai depois trabalhar na escola não tiver essa informação, como ele irá trabalhar bem? Em letras, história, geografia, etc, é preciso que essas discussões se façam presentes de uma forma instigante, apropriada, para que estimulem os professores", opina.

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Materiais para consulta e preparo de aulas:

Especial Revista Nova Escola - África >>>>>>>

Especial revista NOva Escola - Diversidade Racial >>>>>>>>>
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Após a apropriação do material ofertado acima, reflita sobre como pode inserir em seu conteúdo anual a discussão sobre a Diversidade Racial, buscando o debate de ideias entre os discentes.

16 comentários:

  1. A Diversidade Racial é uma questão histórica, social e filosófica em nossa sociedade desde sua origem, portanto, deve ser estudada e debatida em todas as disciplinas curriculares, mesmo porque, o povo brasileiro ainda não tem uma etnia definida pela influência da variada imigração que sofreu em todo território nacional.
    Apropriar-se do tema ou "componente curricular, é conscientizar-se dos problemas cotidianos que muitos sofrem através de preconceito, esteriótipos, bullying, e até racismo, e tentar assegurar direitos do cidadão brasileiro em seu lugar comum.
    Acredito que se trabalharmos individualmente, dentro de nossas disciplinas, assim como em projetos interdisciplinares, como o que está sendo realizado hoje, com muito sucesso, levaremos nosso alunado a construir ações positivas contra a discriminação, não só da raça negra, mas de todas as outras que ainda hoje contribuem para o progresso de nossa nação.
    Jacqueline

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  2. O dia da Consciência Negra também põe em pauta a importância de discutir a temática negra na escola. A inclusão de assuntos ligados à África e ao povo negro na educação formal é uma das estratégias para reconhecer a presença desse grupo na história do Brasil. Escolas e instituições diversas já reconhecem a importância de trabalhar a cultura negra em seu dia a dia.
    A pluralidade cultural é um tema que pode ser abordado em várias disciplinas, a minha como é sociologia fica muito fácil trabalhar esse tema.
    O continente africano, produz cultura, histórias e mitologia, o que a perspectiva eurocêntrica não nos deixa ver.
    Por isso, devemos trabalhar com os alunos não só essa data, mas sim fazê-los entender que todos somos iguais independentes de cor, raça, religião etc.
    Prof. Dani

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  3. Política de formação para gestores e profissionais de educação – A formação docente é outro ponto estratégico, ela deve contemplar à compreensão da dinâmica sociocultural da sociedade brasileira, visando à construção de representações sociais positivas que encarem as diferentes origens culturais de nossa população como um valor e, ao mesmo tempo, a criação de um ambiente escolar que permita que nossa diversidade se manifeste de forma criativa e transformadora.
    Andréa

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  4. É muito importante que essa discussão seja levada para os quatro cantos desse nosso Brasil Varonil. E que comece na escola, principalmente na escola, pois a nossa missão como educadores, e como cidadãos, é fazer com que se diminua essa distância, e tentar acabar com a intolerância.

    Desde sempre o homem é obrigado a conviver com as diferenças e o pluralismo racial, religioso, social e cultural. A escravidão, o holocausto e a inquisição, são tristes exemplos históricos de intolerância e opressão. Temos que trabalhar contra a intolerância, pois a intolerância é a progenitora da raiva e do preconceito.

    Prof. Fábio.

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  5. Este comentário foi removido pelo autor.

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  6. Atualmente vivemos um contexto de racismo . Onde grupos sofrem a intolerância e o mundo todo compactua, fechando os olhos e seguindo em frente como se nada estivesse acontecendo.
    Na matéria de história já trabalhamos a Diversidade , incluindo a África em nossos conteúdos.
    Partimos do princípio que " Somos todos Iguais "

    Maria Alcedina

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  7. O Dia da Consciência Negra deve ser tematizado muito além das proposições que compactuamos, de respeitar as diferenças de diferenciar por meio das cotas em universidades e concursos. Não que isso tenha menor importância, haja vista sua relevância em relação aos atrasos causados pelo política racista ao longo dos anos. Mas devemos sim, valorizar a independência desses povos, olhar atentamente para suas riquezas e diversidade cultural que afeta várias nações e influencia a vida de diversas pessoas pelo mundo. Valorizar seus conhecimentos e oportunizar sua inserção nas políticas públicas é muito importante para diminuirmos essas diferenças.
    É isso.
    SIDNEI

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  8. As professoras entrevistadas nesta matéria são muito felizes na colocação de suas posições quanto a efetividade da celebração do dia 20 de novembro. É evidente que exista o racismo embora sejamos forçados a acreditar que há em nosso país uma democracia racial. Leis como a 10.639 e a 11.645, são fundamentais para que possamos diminuir a falta histórica da cultura negra como formadora de nossa sociedade. Ainda temos um caminho longo a percorrer quanto a erradicação do racismo, não só negro como indígena, mas estamos no caminho. Prof. Arnaldo Santana

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  9. Prof. MARCOS DUARTE
    O mais importante nesta discussão, seria o fato de transformarmos o Dia Nacional da Consciência Negra, numa ação que contemplasse esse tema o ano todo e o tempo todo, não restringirmos a um único dia o fato de termos que lembrar tant tempo de omissão e esquecimento das nossas raízes. Já deveria ser mais do que normal a inserção da questão racial, não como alvo de preconceito, mas sim uma questão de algo normal e inserido na cultura do povo em geral. Já passou da hora de os próprios negros deixarem essa postura de vitimizados e cada vez mais ocuparem os lugares de destaque, sempre que possível, nas minhas aulas de Ciências ou Biologia, procuro destacar que uma maior porcentagem de melanina na pele só os torna mais adaptados e superiores no quesito vitamina D, e que no restante só existe uma única raça a Raça Humana.
    Prof. MARCOS DUARTE

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  10. Devemos destacar o dia da Consciência Humana e não só da Negra, a intolerância é que gera esse preconceito. O racismo está presente no dia a dia, mas tento em sala de aula passar o entendimento sobre respeito, a dignidade e assim tentar formar jovens de pensamentos sem qualquer preconceito. Esse é um trabalho deve ser feito como auxílio das famílias, já que, as bases do caráter e dos princípios são ensinados por elas.
    Luciana (física)

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  11. O racismo no nosso país é uma realidade para a qual muitos fecham os olhos, e quanto mais se nega a existência, mais ela se propaga.Pesquisas mostram que 89% das pessoas dizem que há racismo no Brasil, porém,menos de 10% assumem serem racistas,no entanto, quem nunca ouviu frases costumeiras do tipo:"Tinha que ser preto", ou então, "aquela pessoa de cor". Acredito que leis como a 10.639, que obriga a inclusão do ensino da história da África na escola e outras várias leis que valorizam a contribuição do negro à sociedade brasileira, de nada serve nem servirá enquanto as pessoas não repensarem as suas posturas com relação ao próximo. Profª Edlaine

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  12. Estou de pleno acordo com a Professora Luciana, onde ela diz que devemos destacar o dia da Consciência humana e não só a da negra. Todas as raças e etnias devem ser pelo menos respeitadas e não devem ter um dia específico para isso. Todos os dias devemos lembrar e celebrar isso, estamos no mundo ou melhor no Brasil do jeito que somos porque existe essa mistura de cor e de povos.
    Acredito que projetos como o que está em desenvolvimento na escola contribuem e muito para a mudança de comportamento e pensamento dos nossos discentes...é claro que sempre tem alguém que é contra, mas que no final acaba mudando um pouco ou abrindo a mente.
    Para complementar devemos trabalhar as diferenças sempre dentro da sala de aula, só assim teremos um dia um mundo melhor.

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  13. Na realidade, as pessoas negras ainda são vistas sob uma ótica racista e continuam sendo desvalorizadas por causa de sua aparência. Desde a hostilização contra os cabelos crespos até os deboches e agressões contra as pessoas de pele mais escura, a aparência continua sendo critério de discriminação e, por isso, milhares de pessoas negras são tratadas como “suspeitas” ou “criminosas” por causa de suas características físicas. Milhares de pessoas são vítimas de preconceito todos os dias apenas porque são negras. Portanto, o Dia da Consciência Negra, que existe para relembrar a luta das pessoas negras contra a escravidão no Brasil, ainda é uma data necessária. Depois de mais da metade da nossa história ser construída sob a escravidão, precisamos lutar contra os valores arcaicos e racistas que ainda contaminam nossas relações sociais.
    Para aquelas pessoas que não concordam com o racismo e que lutam para que o preconceito racial deixe de existir, o dia 20 de novembro é uma oportunidade de focar essas questões e mobilizar ações que visam o combate ao racismo. Sem atitudes tão necessárias como essas, milhares de pessoas continuarão sendo vítimas da violência e da marginalização social apenas por serem negras.Incluir este tema em nossas aulas é de suma importância, pois devemos ver uma pessoa pelo seu caráter,atitudes,não por cor ou credo.
    Profª Katia Regina - Historia

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  14. Hoje, a lei brasileira obriga as escolas a ensinarem temas relativos à história dos povos africanos em seu currículo. Além disso, os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) estabelecem que a diversidade cultural do país deve ser trabalhada no âmbito escolar. Qualquer forma de preconceito é abominável. Somos todos iguais. Devemos ser vistos e tratados igualmente. Afinal, pertencemos unicamente à raça humana.
    Carolina Villa

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  15. O ser humano nasce simples, ignorante, humilde, o que molda sua personalidade e seu modo de pensar é o meio em que cresce e é educado. Ainda hoje, há mais de 120 anos existem pessoas preconceituosas, não só contra os negros, mas a qualquer pessoa que seja diferente, pense diferente, haja diferente. Pessoas que não tem respeito nenhum ao seu próximo. Durante estas duas ultimas semanas, os alunos de nossa escola tem dado um "show" quanto a esse assunto, debatendo nas aulas e repassando através de teatro e representações.

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  16. não acredito em consciência negra, mas em consciência humana. Ao passar este tema para os alunos sempre abordo o ser humano que vive de aparências, que desvaloriza as diferenças raciais, culturais quando temos que somar, aprender e admirar. Os povos que compõem os humanos do brasil, nossas origens, tudo relevante, não importa a cor. Todos trouxeram grandes contribuições que estão aí no nosso dia a dia e nos ajudam a viver melhor.

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