Caros Professores,
Após um mês de férias, estamos voltando a nossa rotina de trabalho.
No texto abaixo várias perguntas são lançadas a quem lê, propondo uma reflexão sobre a nossa profissão.
Assim, pedimos que reflitam e tentem responder as indagações propostas.
Bom trabalho a todos!
No
limite
No
limite. É assim que muitos professores encaram seu dia a dia: no limite da
compreensão, no limite da paciência, no limite da saúde física e mental. A
rotina estressante da profissão gera desmotivação, cansaço, angústia,
irritabilidade e muitos outros problemas.
O
motivo engloba várias causas: carga horária excessiva, cobrança por melhor
desempenho, salas de aula lotadas, escolas com infraestrutura inadequada, baixos
salários, falta de tempo para atualização e capacitação. Além disso, alunos
mal-educados e pouco interessados na aprendizagem, e famílias distantes. Ou
seja, uma situação alarmante e que resulta em quadros lastimáveis para a
educação. Professores são agredidos por alunos, e vice-versa, dentro da escola.
Diante disso, o que pode ser feito para que o limite não seja
extrapolado?
Para
Maria do Carmo Rezende Procaci Santiago, professora da Escola Municipal Estados
Unidos, do Rio de Janeiro (RJ), que é docente há 39 anos, é imprescindível que
os estudantes recebam na escola orientações sobre princípios morais. “A
conscientização a respeito dos valores éticos e morais propicia ligação entre a
escola e a vida. Particularmente, sinto falta, em meus alunos, dos valores
morais. É uma lacuna que não poderia existir”, afirma. Ela conta que procura
trabalhar o tema constantemente com seus alunos. “Antes de mais nada, valor
moral pode ser definido como ‘respeito à vida’, não apenas à vida individual,
mas à vida coletiva”, comenta. E completa: “a falta desse tipo de orientação
contribui, e muito, para o desrespeito na escola em toda s as formas:
desrespeito entre aluno e professor, entre aluno e direção, entre aluno e
funcionário, e entre os próprios alunos”.
O
clima de desrespeito, que gera a violência na escola, tem sido uma das
principais causas que levam os professores a viverem com a saúde física e
emocional no limite. Maria do Carmo acredita que os vários tipos de agressão
(verbal e física) a que o professor está sujeito, na própria escola, exerce
forte influência na sua qualidade de vida e em seu trabalho. “É comum ouvirmos
reclamações sobre as questões salariais, mas e as [questões] morais? Como ter
educação sem resolver isso?”, questiona.
O
professor Israel Marcos Guimarães, que leciona Matemática e Física, é uma das
vítimas dessa violência. Guimarães está de licença após, segundo ele, ter
sofrido uma agressão por um aluno do ensino médio, na Escola Estadual Capitão
Alberto Graf, que fica em Caieiras, na Grande São Paulo. Professor há dois anos,
Guimarães lamenta o ocorrido e conta que não pretende voltar a dar aulas. “Tenho
medo. Penso em deixar a educação”, revela. O professor conta que no dia 29 de
maio, durante a aplicação de uma prova, o aluno (acusado da agressão) não quis
seguir a sua orientação para guardar todo o material. O professor então retirou
a prova do estudante que, por sua vez, o atacou verbalmente, com palavrões e
xingamentos. “Aí ele pegou a mesa [carteira] e jogou em minha direção. Mesmo
desviando, acertou minha perna”, relembra o docente. Guimarães registrou Boletim
de Ocorrência (B.O.) e desde então vem recebendo atendimento psicológico. “Não
me sinto pronto para retornar à sala de aula, ainda estou chocado”, ressalta. O
aluno acusado de agressão pelo professor teria problemas de comportamento, e é
descrito por ele como alguém com perfil violento; o aluno foi encaminhado à
escola pela Fundação Casa (Centro de Atendimento Socioeducativo ao Adolescente),
de São Paulo. “Esse aluno, em geral, não está se adaptando à sala de aula
comum”, considera o professor. Ele ainda reclama que a escola não lhe deu apoio
imediato, demonstrando preocupação inicialmente com o aluno. “Meu sonho sempre
foi ser professor, mas chega num ponto que você pensa: será que vale a pena?”,
indaga.
A
Secretaria da Educação do Estado de São Paulo está acompanhando o caso. O aluno
envolvido foi suspenso, conforme prevê o regimento escolar.
Violência
A
violência na escola é um dos fatores que mais geram insegurança. Segundo a
pesquisa “Violência nas escolas: O olhar dos professores”, divulgada no mês de
maio deste ano pelo Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São
Paulo (Apeoesp), 44% dos professores ouvidos responderam já ter sofrido algum
tipo de violência em sua unidade escolar, sendo considerado violência desde
agressão verbal (39%) a bullying (6%)
e agressão física (5%), e 57% dos professores ouvidos consideram as escolas
violentas. A pesquisa foi realizada pelo Instituto Data Popular, entre os dias
18 de janeiro a 5 de março deste ano, com 1.400 professores, em 167 cidades do
Estado de São Paulo.
Para
a presidenta da Apeoesp, Maria Izabel Azevedo Noronha, o índice de professores
que sofreram algum tipo de violência preocupa. “São muitos os professores que
vêm sendo agredidos. Além disso, é alarmante constatar que os casos de violência
viraram uma questão corriqueira”, enfatiza. Ela também lamenta o fato de que,
segundo mostra a pesquisa, em 95% dos casos os alunos são os responsáveis pela
violência. “Eu atribuo tudo isso à retirada da autoridade do professor, que hoje
é tratado como um ‘nada’. Mas ele é uma autoridade sim, é detentor de
conhecimento, do saber que forma gente, que forma a sociedade”, ressalta Maria
Izabel.
A
pesquisa revela, ainda, que cerca de 40% dos professores que participaram do
levantamento lecionaram em mais de um turno em 2012 e 58% lecionam mais de uma
matéria. Além disso, 84% dos professores ouvidos têm conhecimento sobre casos de
violência nas escolas que lecionaram em 2012. Para os professores ouvidos na
pesquisa, a falta de educação, de respeito e de valores estão entre as
principais causas da violência nas escolas, e 35% deles acreditam que os pais
devem ser os principais colaboradores para a redução da violência. “Diante dessa
perda da autoridade do professor, deve haver compromisso da família no ato de
educar. Temos debatido isso. O que não pode é jogar essa responsabilidade nas
costas do professor”, alerta a presidenta da Apeoesp. Ela adverte que a escola
deve chamar a família para participar do cotidiano escolar, mas não para as
festividades. “A família deve ser convocada para discutir a questão da
aprendizagem, do ensino e do comportamento, das atitudes dos alunos. Isso vai
deixar os pais mais interessados porque se trata de compromisso com a qualidade
da educação”, afirma.
O
levantamento também apontou medidas que ajudariam na diminuição da violência
escolar: 28% dos professores acreditam que promover debate sobre violência seria
uma ação favorável; 18% apontam a necessidade de atuação de profissionais de
suporte pedagógico; 16% consideram investimento em cultura e lazer como uma
medida importante e 15% defendem o policiamento nas áreas no entorno da escola.
Outras medidas também foram apontadas, por um percentual menor de docentes, como
gestão democrática nas escolas e a redução do número de alunos por
sala.
Maria
Izabel defende uma atuação mais efetiva dos conselhos escolares. “A comunidade
escolar está nele [no conselho]. A escola tem que ser uma célula viva de debate
e não uma agenda fria que se estabelece no início do ano. A cada situação, a
escola deve chamar o conselho para discutir o que fazer. O conselho deve assumir
uma agenda mais viva, permanente, e deve levantar pautas. Esse é o compromisso
de todos”, considera.
No
limite
O
cenário que compõe o dia a dia escolar acaba gerando graves problemas para
muitos professores, que acabam vivendo sob estresse permanente. Em 2012, a
pesquisa “Professores no limite: O estresse no trabalho do ensino privado do Rio
Grande do Sul” mostrou que os docentes estão adoecendo. O estudo foi publicado
pela Federação dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino do Rio Grande do
Sul (Fetee/Sul), e realizado com base em pesquisa feita em 2008, pelo
Departamento Intersindical de
Estudos
sobre Saúde nos Ambientes de Trabalho (Diesat), e aprofundamento dos dados da
pesquisa feito por profissionais do Programa de Pós-graduação de Psicologia da
Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), de São Leopoldo (RS), em 2011.
A pesquisa buscou identificar a relação entre as condições de trabalho e a saúde
dos mais de 35 mil professores que atuam da educação infantil ao ensino superior
do ensino privado no Estado.
Segundo
a professora Janine Kieling Monteiro, doutora em Psicologia e uma das autoras da
publicação, os fatores de adoecimento que mais se destacaram na pesquisa foram
sobrecarga de trabalho e dificuldade de lidar com os alunos. “No primeiro caso,
o problema está relacionado à quantidade excessiva de atividades que o professor
tem que executar hoje em dia, sobretudo no período extraclasse. Em relação aos
alunos, as dificuldades surgem porque eles têm menos limites e educação [modos
de comportamento] do que anos atrás, e menor motivação para estudar, já que hoje
têm mais disponibilidade de informações”, comenta Janine.
A
pesquisa revelou, segundo Janine, um índice considerado muito alto de estresse
entre os professores – 58,4% no grupo estudado. Comparado a outras profissões
avaliadas, em outros estudos que utilizaram o mesmo instrumento de pesquisa, o
índice de estresse dos professores é o maior: 47,4% em policiais militares de
Natal (RN) e 47% em bancários de Pelotas (RS). Janine explica que o nível de
estresse é dividido em quatro etapas: alerta, resistência, quase-exaustão e
exaustão. “A fase de estresse que predominou foi a de resistência, etapa em que
estão 50,5% dos professores entrevistados”, explica a professora. Os sintomas
que mais se destacaram foram cansaço excessivo e tensão muscular. “Na fase da
resistência, existe um aumento acima do normal na capacidade de funcionamento do
organismo, o qual busca se reequilibrar, utilizando-se de grande energia, o que
pode gerar a sensação de desgaste generalizado sem causa aparente e dificuldades
com a memória, entre outras consequências”, adverte a pesquisadora.
Para
minimizar os níveis de estresse, Janine orienta que o professor deve procurar
ajuda. “Pedir ajuda tanto para a escola como para os colegas – para maior apoio
em suas atividades, por exemplo. Também fazer contato com amigos e familiares, a
fim de dividir as dificuldades. Quando necessário, buscar ajuda de um
profissional de saúde”, sugere. Ela comenta que as doenças que geralmente
aparecem nesses casos são as psicossomáticas: doenças do coração, problemas de
coluna, LER/Dort, problemas na voz.
Outro
dado alarmante da pesquisa é que 83% dos professores disseram frequentar o
trabalho mesmo doentes. “Trabalhar doente diminui consideravelmente o desempenho
do profissional, o que pode comprometer a qualidade do seu trabalho e agravar
ainda mais a sua saúde”, alerta Janine.
Situações
diversas, que geram um clima de insegurança para o professor, sem dúvida afetam
o desempenho em sala de aula. De acordo com Janine, aparece nesse cenário o fato
de o docente não saber lidar com os alunos de hoje em dia, “que têm menos
respeito pelo professor e, muitas vezes, até o ameaçam em sala de aula, além da
insegurança de se manter no emprego, caso não ‘agrade’ tanto esse
aluno”.
Prevenção
Medidas
preventivas deveriam envolver amplo debate sobre a saúde física e mental dos
professores, envolvendo escolas, sindicatos e comunidade em geral, buscando
levantar possibilidades conjuntas para promoção de saúde e melhorias nas
condições de trabalho, considera a professora Janine. “Qualidade de vida é tudo,
se um trabalhador sente-se ameaçado e/ou cobrado quase todo o tempo fica difícil
ter qualidade naquilo que ele faz. Há uma necessidade humana de poder realizar
as atividades no trabalho com tempo e ‘clima’ viável para isso”, diz. E
completa: “o professor está sentindo que sempre fica devendo algo, pois falta
tempo para realizar tudo o que precisaria fazer para ter mais qualidade no seu
trabalho”. Janine ainda observa que outro aspecto preocupante é a remuneração
do professor, “que podia ser mais alta, pois, em muitos casos, ele trabalha em
mais de uma escola para poder dar conta de suas despesas”.
A
forma de reverter esse lamentável quadro, na opinião da professora Janine, é dar
voz e apoio aos docentes. “É necessário ouvir mais os professores, a fim de
buscar alternativas conjuntas para reverter a situação”, observa. Ela aponta
ainda outras medidas que podem ser eficientes: desonerar o professor de algumas
funções que são mais da área administrativa, que podem ser realizadas por uma
equipe de apoio; promover atividades que visem aproximação efetiva entre alunos
e professores; reconhecer e valorizar o trabalho dos professores, o que pode
facilitar o convívio e tornar o ambiente laboral mais agradável e com menos
fatores estressantes.
Ao que tudo indica, a situação do profissional da educação vem se agravando cada vez mais com o passar do tempo.
ResponderExcluirComo apontado no texto, vários fatores contribuem para este desfecho, ou a eles se associam, deixando o professor, por diversas vezes, em situações limítrofes.
Seu bom desempenho hoje não é só esperado e sim, cobrado e até exigido. Espera-se dele qualquer coisa de mágico ou de onipotente, quando na verdade, atualmente só consegue demonstrar sua fragilidade diante de um cenário tão desalentador.
Concordo com a professora Maria do Carmo R. P. Santiago quando afirma ser função da escola orientar os estudantes com relação a questões referentes à ética e aos valores que devemos desenvolver enquanto cidadãos. O maior problema a respeito dessa linha de pensamento, no entanto, é que tal discurso encontra-se um tanto desgastado, já que não encontra nas famílias e principalmente em nossos governantes a identificação necessária.
Quem me dera saber a resposta a tantos questionamentos! Tudo seria extremamente simples. Tenho para mim apenas alguns palpites que, longe de resolver a questão, poderiam ao menos amenizá-la:
1º A gestão democrática parece-me no momento algo bastante adequado;
2º a humanização nas relações de trabalho pode trazer leveza ao ambiente, produzindo efeitos inesperados. Como exemplo, o passeio ao Centro Histórico, que aproximou o grupo propiciando momentos de descontração e alegria a todos da equipe escolar.
Mônica Monnerat
Sim, a falta de valores morais como ética, respeito e valorização à vida gera o desrespeito, a banalização e a violência ao próximo, quer seja na família, na escola ou na sociedade. Diariamente tentamos agregar tais valores às nossas atividades para os alunos, mas nem sempre somos ouvidos, porque não há continuidade ou vínculo prático em suas vidas. Infelizmente, mesmo cobrando isso em nossas aulas, lutamos contra maus exemplos que falam mais alto e invalidam nosso discurso através da corrupção política, manipulação da mídia, desestruturação e omissão familiar(quando existe),lideranças hipócritas, inoperância e falha na execução das leis, liberdade excessiva ao jovem, ausência de afetividade humana, etc. Em parte concordo com a professora Janine, a qual afirma que a busca de prevenção(ou solução?!)está vinculada ao ouvir o professor, mesmo porque, sobre nós recai a difícil tarefa de formar ou "reformar" o futuro cidadão... Porém não podemos aceitar sermos rotulados de "restauradores" ou "salvadores da pátria", como se a escola fosse a única saída para curar os males sociais, mas apenas o espelho refletor de uma sociedade enferma e desordenada! Jacqueline
ResponderExcluirA qualidade de vida e o que um trabalhador que na vida.A situação do profissional da educação ,falta um pouco de falta de valores morais como ética.O maior problema a respeito dessa linha de pensamento,no entanto,é o tal discurso encontrado e esta muito desgastado,e não encontra isso mais nas famílias e nem nos nossos governantes.Não podemos aceitar sermos rotulados com salvador de tudo.Como seria bom se você simples assim. Agora querem que a escola seja única saída para cura dos males da sociedades.Professora Regina
ResponderExcluirNossa profissão, exige muito de nós professores, porque além de instruir nossos educandos, nos cabe a função de educar como valores e ética, que muitas vezes é função familiar.
ResponderExcluirDeparamos com alunos difíceis, carentes, carregados de problemas que esperam soluções dentro da escola, principalmente na sala de aula. Cabe a Gestão da Escola contar com a união de todos, para juntos tentarmos amenizar esses tipos de problema de um modo geral.Talvez com palestras, passeios, possa humanizar um pouco mais.
Professora Maria Tereza de Abreu.
O magistério como profissão, encontra-se em pleno naufrágio político e social, pela total falta de estrutura familiar e vontade política dos governantes em reverter este trágico quadro de índices e metas a serem atingidas, como se isso fosse resolver os crônicos problemas da educação.A grande maioria dos alunos não enxerga a importância do processo educativo para sua vida como cidadãos, e nesse contexto somos os culpados por todos os fracassos e omissões dos responsáveis e dos governantes.
ResponderExcluirO comentário acima é de Roseli Prieto
ResponderExcluirA triste realidade é que vivemos em uma sociedade depravada. A esmagadora maioria das pessoas de nosso povo é boçal (não pratica nem as regras sociais fundamentais, como: cumprimentar-se, desculpar-se, pedir por favor etc., muito menos pratica as regras morais e não dá qualquer valor ao conhecimento). Os nossos governantes são populistas e, portanto, adotam a política “cata-votos” do “pão e circo”. Dão ao povo o que o povo gosta e não o que precisa para desenvolver-se como trabalhador e cidadão. O governo não tem programas de proteção à família. O governo não tem programas de proteção e amparo às crianças e aos adolescentes. O governo é racista (oferece quotas sociais e educativas apenas aos negros ou aos índios, esquecendo-se que há muitas pessoas pobres e miseráveis de outras raças). As escolas públicas, desde a educação infantil e até mesmo o ensino médio são “depósitos de crianças e adolescentes” (os alunos, pobres e miseráveis, além de não se desenvolverem intelectualmente, pouco ou nada aprendem sobre as leis morais e a cidadania). Etc., etc.
ResponderExcluirAs manifestações de protestos que estão nas ruas pedem mudanças. Mudança não apenas de coisas, mas de atitude.
Quanto às perguntas:
1 - Avaliar, no sentido mais objetivo do termo, que é medir e comparar, é uma das tarefas mais complexas da ação pedagógica. Dificilmente encontramos um educador que tenha plena confiança em sua sistemática de avaliações. Na verdade, procura o educador sempre fazer o mais simples e que lhe dê algum conforto e segurança.
Coincidentemente hoje, sobre o assunto avaliação, estava eu conversando com o aluno novato do 1D, que estudou na Escola do Carmo (rede privada) no primeiro semestre deste ano e ele disse que tinha avaliações semanais, mensais e bimestrais em todas as matérias, como é praxe nas escolas da rede privada e, também, nas escolas públicas de ensino fundamental com melhores índices educativos.
No ensino médio, apenas as disciplinas Matemática e Língua Portuguesa permitem esse processo de avaliações, pois nas demais disciplinas poucas são as aulas semanais, sendo inviáveis as avaliações semanais.
Dentro de minhas limitações (Física ou Química, com duas aulas semanais), não consigo fazer avaliações semanais, mas, como nas escolas da rede privada, sempre que concluo um assunto em sala de aula, faço uma avaliação.
Quanto à pergunta acima, a equipe gestora, de maneira geral, disponibiliza subsídios para que os processos sejam ratificados.
2 - O currículo oficial, embora mais atualizado e realista que o tradicional, na forma apresentada é confuso, sem início, meio e fim. Propõe avaliações ora ingênuas ora sofisticadas – fora do alcance da quase totalidade dos nossos alunos desinteressados e mal preparados nas séries iniciais. Portanto, em termos de avaliação, o currículo oficial é desinteressante e já devia ter sido revisto.
James
Nesse texto mostra como os Professores tem sofrido com tudo isso que tem acontecido, cobranças e mais cobranças, sem retorno, sem tempo pois muitos trabalham em 3 períodos, estresse e vários outros fatores que prejudicam a saúde. Acredito que para melhorar um pouco todo Professor deveria ter seu momento, achar algo que goste e que os faça bem, como um esporte, ler, mas sem ter obrigação alguma, como um lazer.
ResponderExcluirNossa profissão como muitas outras é muito cobrada e exigida, só que são cobranças sem sentido para nós que estamos nela, como a questão da moral, ela deveria ser ensinada em casa, para ser trabalhada ou melhorada nas escolas e não ao contrário.
A sociedade como um todo precisa se sensibilizar com tudo isso que tem acontecido no mundo e o que eu vejo cada vez mais é a piora do ser humano, que está ficando cada vez mais cruel.
Sobre ser professor só vale a pena se você gosta realmente do que faz e isso tem que ter algum sentido na sua vida.
Tatiana Cascaes
Diariamente escuto comentarios dos meus colegas de trabalho relatando sua indisposiçao e estresse por darem aulas, tudo isso pela falta de interesse dos alunos. O salários dos professores, cargas excessivas de trabalho, falta de tempo para aprimorar seus conhecimentos e as condições salariais não vem agradando a todos, porem o amor pela profissão acaba falando mais alto.
ResponderExcluirA situação da educação está cada vez mais grave, podemos conseguir amenizar os problemas de violência nas escolas promovendo passeios culturais pois os alunos saindo um pouco do ambiente escolar conseguem ficar mais sociáveis, palestras sobre violência e incentivo ao esporte parecem ser armas importantes contra a esse mal que lutamos diariamente em nosso ambiente de trabalho.
Prof. Ana Paula- ed.fisica
Como já comentamos anteriormente alguns valores como ética e moral devem ser ensinados inicialmente em casa, pelo pais ou responsáveis.
ResponderExcluirQuando chegam até nós alguns alunos estão sem limites e vazios, não valorizam a vida. Tão pouco dão valor ao trabalho dos professores.
Pequenos ditadores, sem limites.
O espaço " sala de aula", tem limites, que são cobrados do professor.
É necessário que alunos e professores se gostem.
A prática de projetos e dinâmicas , acredito que possam nos ajudar.
Alcedina.
É com tristeza que constato que a pesquisa realizada pela APEOESP, “Violência nas escolas: o olhar dos professores” deveria elencar percentuais muito maiores do que os apresentados. Em uma das quatro escolas em que lecionei em 2012, presenciei vários casos de violência contra professores, que com certeza não foram ouvidos para a formação dos resultados da pesquisa. Violência como bulliyng contra os docentes eram as mais frequentes e até consideradas “naturais” naquela escola. Casos de agressões verbais foram vários observados e até mesmo de agressões físicas que, por leniência da direção da unidade, sendo omissa em aplicar as penalidades previstas no Sistema de Proteção Escolar, como por exemplo, a suspensão, levou ao grande número de professores afastados em licenças médicas.
ResponderExcluirÉ claro que o envolvimento da família nas questões de aprendizagem, comportamento e atitudes dos alunos é de suma importância, mas também é necessária a integração e a união de esforços entre a equipe gestora e corpo docente, na busca de soluções que possam reduzir os fatores de estresse, pois quando todos “falam a mesma língua” e têm atitudes condizentes, os alunos percebem a força da unidade escolar.
Marilande.
O que me preocupa muito além de todos os fatos citados no texto é o "desinteresse" por parte dos alunos o que nos leva ao limite da compreensão, ao limite da paciência e ao limite da saúde física e mental.O professor estuda, prepara suas aulas, cria, recria,muda a didática, muda a forma de avaliar e nem assim recebe um retorno satisfatório do seu desempenho.
ResponderExcluirComo diz a colega,o aluno não enxerga a importância do processo educativo para sua vida como cidadãos.
Os pais são ausentes, não existe cobranças, não existe imposição de limites...os jovens são confusos!A minoria da minoria dos alunos ainda me motiva e a boa estrutura da escola me fortalece!
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ResponderExcluirRealizei algumas retificações nos argumentos abaixo.
ExcluirA crise na Educação, infelizmente, perdura-se há anos, ocasionada mesmo no âmbito familiar e, consequentemente, refletindo-se na sociedade negativamente. No dia a dia da profissão professor, notamos o descaso do nosso educando em todos os sentidos, ou seja, o que mais fica evidente nesse quadro caótico é a carência de valores morais e éticos. Por mais que o docente queira desenvolver um bom trabalho, oferecendo aos alunos suportes pedagógicos tais como valores sociais, não há como surtir resultados satisfatórios sem que antes a equipe de gestão escolar juntamente com a família colaborem na construção do conhecimento desses cidadãos em fase de formação.
ResponderExcluirAtualmente, exercer o magistério tem sido um desafio a cada dia, pois nos veículos de comunicação são sempre divulgados números expressivos de professores que foram agredidos por alunos, verbalmente e fisicamente. Isso nos mostra que a probabilidade desse profissional trabalhar sem motivação, estressado e sem alegria é agravante.
Para que esse aspecto negativo na Educação diminua, acredito que se desenvolvermos projetos socioculturais, envolvendo professores e alunos, o ambiente de trabalho ficará mais agradável. A inserção de uma gestão democrática também é viável para uma melhor administração escolar. Nesse contexto, é bom enfatizar que os governantes devem, sim, intervir para a mudança desse quadro lastimável. Ou seja: o docente não deve sofrer, arcando com as consequências sozinho, mas sim, precisa ser ouvido e amparado a cada instante no exercício de sua função. Essas sugestões podem até parecer utópicas, porém não deixam de ser mais uma luta com o intuito de suavizar os conflitos existentes na Educação.
É triste observar que a profissão de professor virou uma atividade comparada a sacerdócio... Investe-se em uma faculdade como qualquer outra profissão e o retorno para uma boa qualidade de vida é mínimo. Resultado: muitos professores com síndrome de Bournout, ou síndrome do esgotamento profissional. Quem vive só do magistério para sustento de uma família, adoece... É muita tensão emocional e estresse constantes provocados pelas condições de trabalho desgastantes, além do desespero financeiro para fazer sobreviver uma família.
ResponderExcluirConcordo com Maria do Carmo Rezende Procaci Santiago quando ela afirma que, para que o limite de tolerância não seja extrapolado é necessário muito respeito, mas acho um pouco demagogo falar que se ensina esse valor só com aulas que abordem esse tema. A construção desse respeito tem que vir, primeiro, de cima: governo respeitando a qualidade de vida dos professores, com bons salários, para que tenham uma vida com dignidade. Esses profissionais não conseguem ter equilíbrio emocional para lidar com tantas cobranças e situações adversas em sala de aula, com a atual condição salarial que os deixa sempre tensos, inseguros, frustrados... É um absurdo o profissional, que é responsável pela educação do país, não ter dinheiro para viver bem e, muito menos, custear uma vivência cultural maior nas suas horas de lazer... Mas será que professor tem condições de ter horas de lazer? Não, tem que fazer trabalhos domésticos que deixou para o fim de semana por falta de tempo, “bicos” e tantos outros afazeres, porque só o salário não dá condições para sobreviver...Enfim, o governo não respeita o profissional, a sociedade já o vê com pena (recebendo o nome de “sofredor” e não mais de professor), então o aluno vai respeitar? É querer demais... O resultado é o caos a que estamos assistindo...
"A instituição família está falida causando uma defasagem no aluno, além do mais a estrutura para o professor não é satisfatória." É necessário aproximar a escola das famílias, e fazer uma reforma na educação a fim de da melhores condições de trabalho, capacitações e melhores salários."
ResponderExcluirPodemos observar que todo tipo de trabalho só será de qualidade se for efetivado com dedicação e valorização, inclusive equipe de apoio ou capacitação contínuas. Trabalho docente implica coletividade e não grupo, apoio e confiança e não competição entre os pares.
ResponderExcluirLimites são sempre benéficos, mas para reconhecermos até onde podemos chegar. O limite citado é o ponto máximo de estresse que seres humanos aguentam; e não podemos nos esquecer que professores são seres -profissionais humanos-tem vida pessoal,social...ou seja, há vida fora dos muros da escola ! Portanto não devem esgotar as forças apenas no âmbito profissional. A lembrança do dever cumprido é gratificante, mas a repressão e a falta de parceria nunca devem participar da escalada dos objetivos.
A violência deve-se à falta de limites e educação; é a desvalorização de nossos relacionamentos.
Sueli Andreoli
Corroborando com as diversas opiniões aqui expostas, também devo deixar evidente minha indignação com a pouca qualidade do ensino que a cada dia se torna mais nítida. Qualidade essa que se evidencia por diversos fatores e dentre eles podemos elencar os já citados no texto de análise. O professor está passando por uma crise sem fim, primeiro no contexto econômico, muito desvalorizada a carreira não tem atraído os melhores profissionais e aqueles que já estão a algum tempo no magistério, ou saem para a iniciativa privada ou se divide entre um e outro. Na questão pedagógica é um samba do crioulo doido, cada governo tenta implementar uma dinâmica diferente, surrupiando a verdadeira essência do aprendizado com fórmulas mirabolantes de se maquiar os resultados, pois todos apresentam metas e objetivos concretos, porém, na prática nenhum resultado é válido, são apenas números maquiando a realidade fática. Numa outra vertente temos a destituição contínua da entidade familiar, não há base na educação dos alunos e isso propicia uma série de maus comportamentos, vícios e desrespeito, tudo culminando na violência gratuita e sem sentido.
ResponderExcluirAssim, o professor se vê acuado e sem condições de prosseguir na sua mais nobre função que é a de ensinar. Enfim, muitas ações podem ser tomadas para tentar minimizar os problemas da escola e de sua comunidade, mas de nada irá adiantar se o aluno não estiver preparado para ser o receptor nesse eterno diálogo do ensino aprendizagem, enquanto este caminhar na contra-mão não será possível resgatar a qualidade esperada.
É isso...
PROF. SIDNEI
Tudo que está sendo dito nessa matéria venho vivenciando nesses 30 anos de Magistério, tudo começou com a nossa Constituição Cidadã de 1988, onde em seu bojo vieram os "direitos" dos cidadãos de bem, mas que intencionalmente foram abarcados pela bandidagem e a eles atualmente é dado todo tipo de benefícios inclusive da Previdência, depois na continuidade da proteção aos maus cidadãos veio o malfadado ECA, a base de toda essa baderna dando direitos aos menores de idade para serem matadores cruéis, longe do alcance de qualquer tipo de punição por seus crimes. O professor em seu depoimento aí no texto disse que a escola se preocupou primeiramente com o "aluno", ora esse aluno é mais um dos milhares de Jovens com L.A. Liberdade Assistida, que substituiu a figura do carcereiro pela do professor, esses jovens não tem nenhum comprometimento com sua ressocialização, continuam na escola a traficar, dar mau exemplo o tempo todo e se tornando líderes dos outros alunos que tem nas letras de Funk, altamente culturais e morais o norte a ser seguido. O Conselho Tutelar é dotado de Membros eleitos por uma eleição viciada que contempla lideranças de comunidades carentes, muitas vezes submissa aos patrões e para eles os Professores são os culpados, os menores coitadinhos são todos santos.
ExcluirResumindo bagunçaram o direito em relação aos menores deram tudo para eles, ao mesmo tempo para nós só aumentaram as restrições nós não podemos nada.
Pelo menos agora esses idiotas legisladores e "defensores" dos direitos humanos em causa própria, já estão sendo vítimas de sua própria criação. Agora já era para concertar o que está aí só começando tudo de novo.
Se a família não passar o básico da convivência, moral e fratenidade, me digam quem é o mágico capaz dessa façanha, produzir textos no conforto dos gabinetes refrigerados e à distância, quero ver enfrentar essa realidade principalmente do Ensino Fundamental repleto de Bestas Feras.
Prof. MARCOS DUARTE.
Infelizmente, nossos alunos hoje em dia, não tem a estrutura e atenção que tivemos de nossas famílias.
ResponderExcluirOs pais chegam tarde em casa, cansados e desinteressados em ajudar, cuidar e principalmente ensinar.
São aqueles valores, que aprendemos em casa, com nossa família, que fazem muita falta hoje em dia. E essa matéria, não se ensina na escola.
Educação, vem de berço, é claro. Mas já que nossos alunos, em sua maioria, não tem essa educação em casa, acabamos por vezes, fazendo o papel da família, dando conselhos, dizendo o que é certo e errado.
Talvez não concordem comigo, mas sobre a violência, acredito que o meio em que eles vivem faz muita diferença. Televisão, games violentos, tudo isso influencia como eles serão como pessoas.