quarta-feira, 28 de agosto de 2013

APTC - 28/08/2013

Caros Professores, 

A indicação do debate desta semana veio por meio do Profº James.

Iremos debater uma temática polêmica: Aprovação Automática.

O prefeito da cidade de São Paulo, a exemplo de algumas outras cidades brasileiras, está tentando extinguir a aprovação automática através de um programa educacional.

Assim,  foi criado o Programa Mais Educação São Paulo, onde dentre várias ações, a pretensão de possibilitar a retenção do aluno ao final de cada Ciclo: 3º ano, 6º ano e 9º ano, bem como no 7º ano e 8º ano do Ensino Fundamental.

Essa é uma medida que o Secretário da Educação do Estado de São Paulo também já aventou ser favorável.

A partir do material proposto, pedimos que se posicione se é contra ou a favor do término da Aprovação Automática, no Estado de SP chamada de Progressão Automática.

Para o debate assista o vídeo com várias opiniões de professores e pais de aluno:  clique aqui

Leia as argumentações de CESAR CALLEGARI, 60, sociólogo, é secretário de Educação do município de São Paulo que se posiciona: A FAVOR   

E conheça também a opinição contra de OCIMAR MUNHOZ ALAVARSE, 53, é professor de avaliação de sistemas educacionais da Faculdade de Educação da USP e conselheiro suplente do Conselho Municipal de Educação de São Paulo: CONTRA


Bom trabalho!!!!


quarta-feira, 21 de agosto de 2013

ATPC - 21/08/2013

Caros Professores,

Neste encontro virtual entraremos em contato com mais uma das obras da Bibliografia parte comum dos concursos da SEE-SP. 
Trata-se do livro ENSINO NA SOCIEDADE DE CONHECIMENTO: EDUCAÇÃO NA ERA DA INSEGURANÇA (Andy Hargreaves). 
Vamos estudar e ao mesmo tempo fazer um paralelo entre a obra e a nossa prática profissional pensando na sala de aula, nas nossas aulas. 
Nesta semana abordaremos uma análise dos capítulos II e III. 
Para responder as questões baseie-se nos textos apresentados e em suas experiências profissionais.

Bom trabalho!



ENSINO NA SOCIEDADE DE CONHECIMENTO: EDUCAÇÃO NA ERA DA INSEGURANÇA
(Andy Hargreaves)

Nesta obra, Hargreaves analisa o significado da expressão "sociedade do conhecimento'" e suas implicações na vida dos professores da atualidade. Embora baseado em experiências norte-americanas e canadenses, as reflexões do autor tem repercussões mundiais, isto porque, a sociedade do conhecimento depende das escolas como um todo para tornar-se uma sociedade aprendente criativa e solidária. Ao longo de todo o livro o autor deixa claro que o futuro da transformação educacional deve basear-se em um pequeno número de políticas estratégicas, mas que com um poder de “alta alavancagem” e bem articuladas com redes de apoio serão responsáveis pela melhora na qualificação da prática docente.


CAPÍTULO 2 - O ENSINO PARA ALÉM DA SOCIEDADE DO CONHECIMENTO: DO VALOR DO DINHEIRO AOS VALORES DO BEM


Ensinar para além da economia do conhecimento significa desenvolver os valores e as emoções do caráter dos jovens, ressaltar a aprendizagem emocional na mesma medida que a cognitiva, estabelecer compromissos com a vida coletiva e não apenas com o trabalho em equipe de curto prazo e cultivar uma identidade cosmopolita que suporte tolerância com diferenças de raça e gênero, responsabilidade para com os grupos excluídos dentro e além da própria sociedade.

Com este propósito, os professores devem se comprometer com o desenvolvimento e com a aprendizagem profissional formal, trabalhar com os colegas em grupos de longo prazo, e ter oportunidades para ensinar e aprender em diferentes contextos e países. Para tais compromissos existem desafios, um destes é equilibrar as forças caóticas do risco e da mudança com uma cultura de trabalho capaz de gerar coerência entre as muitas iniciativas que a escola tem buscado. A sociedade do conhecimento é, de várias maneiras, mais uma sociedade do entretenimento na qual imagens fugazes, prazer instantâneo e pensamento mínimo fazem com que nos divirtamos até a morte...

Na economia do conhecimento, o consumidor é o centro, para a maioria das pessoas, a opção está inversamente relacionada à significação. Ensinar, para além do conhecimento, implica resgatar e reabilitar a ideia do ensino como vocação sagrada, que busca uma missão social atrativa.


CAPÍTULO 3 . O ENSINO APESAR DA SOCIEDADE DO CONHECIMENTO I: O FIM DA INVENTIVIDADE

Este capítulo aponta para alguns resultados da pesquisa realizada nos Estados de Nova York e Ontário (Canadá). Estes mostram que a reforma educacional, até aqui realizada, não tem preparado as pessoas para a economia do conhecimento e também não há preparo para o enfrentamento da vida pública para além desta economia. 

Os dados também apontam para os padrões curriculares: são suscetíveis a padronizações insensíveis à realidade. Este fato traz diversas consequências, como por exemplo, a degradação da própria graduação, o fracasso e a frustração dos professores. Ensinar para a sociedade do conhecimento, e ensinar para além dela, não precisam ser objetivos incompatíveis.

Não é adequado tender para um lado específico do pêndulo: educando jovens para a economia ou para a cidadania e a comunidade. Essas posições polarizadas trazem poucos benefícios a eles, uma vez que ensinar apenas para a sociedade do conhecimento prepara os alunos e as sociedades para a prosperidade econômica, mas limita as relações das pessoas àquelas instrumentais e econômicas, além de restringir as interações de grupo ao mundo mecânico da catraca, do trabalho em equipe temporário, canaliza as paixões e os desejos das pessoas para a terapia varejista das compras e do entretenimento e para longe das interações interpessoais.

Ensinar exclusivamente para além da sociedade do conhecimento também poderá acarretar complicações, porque se, por um lado, favorece a atitude de cuidado e solidariedade, desenvolve caráter e constrói identidade cosmopolita, por outro, as pessoas estão despreparadas para a economia do conhecimento, o que poderá possibilitar a exclusão delas. Os professores e outros deverão agora se dedicar a unir essas duas missões, de ensinar para a sociedade do conhecimento e para além dela, em uma só, tornando-a o ponto alto de seu propósito.

(Fonte: Apeoesp, Revista De Educação. Acesso em 14, abr, 2013: http://www.apeoesp.org.br/publicacoes/resenhas-concurso/apostila-peb-ii/.)

Questões para discussão:

1 – A leitura deste capítulo nos leva a refletir sobre nossa formação para combater o consumismo desenfreado disseminado na nossa sociedade. Com base nessa reflexão, como você faria para estruturar uma transposição didática relacionando “sociedade do conhecimento” e “sociedade aprendente”. 

Partindo das premissas do autor, você considera sua formação adequada para estar inserido na sociedade do conhecimento e ao mesmo tempo cumprir com o objetivo de “desenvolver os valores e as emoções do caráter dos jovens”?


2 – De acordo com sua vivência profissional na nossa unidade escolar, considere: 

a) Se comprometer com o desenvolvimento e com a aprendizagem profissional formal;
b) Trabalhar individualmente e/ou com os colegas em grupos de curto, médio e longo prazo;
c) Ter oportunidades para ensinar e aprender em diferentes contextos e com exemplos de outros países?



terça-feira, 13 de agosto de 2013

Pauta ATPC - 14/08/2013

Caros professores, 

Já imaginando o trabalho multimídia em sala de aula, através da introdução da Internet na escola, convidamos vocês a lerem o texto do link abaixo:

Trabalhar com blog na escola pode ser mais simples do que parece

Através dessa leitura poderão conhecer algumas inciativas para a criação e utilização da ferramenta BLOG, que ora utilizamos em nosso ATPC´s.

Gostaríamos de conhecer a opinião de todos a respeito da utilização dessa ferramenta, seus prós e contras, as dificuldades particulares e que tipo de auxílio que acreditam que necessitarão para poder implementar essa ferramenta em sala de aula.

Bom trabalho!

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Pauta ATPC - 07/08/2013


Caros Professores, 

Após um mês de férias, estamos voltando a nossa rotina de trabalho.
No texto abaixo várias perguntas são lançadas a quem lê, propondo uma reflexão sobre a nossa profissão.
Assim, pedimos que reflitam e tentem responder as indagações propostas.


Bom trabalho a todos!




No limite
No limite. É assim que muitos professores encaram seu dia a dia: no limite da compreensão, no limite da paciência, no limite da saúde física e mental. A rotina estressante da profissão gera desmotivação, cansaço, angústia, irritabilidade e muitos outros problemas.
O motivo engloba várias causas: carga horária excessiva, cobrança por melhor desempenho, salas de aula lotadas, escolas com infraestrutura inadequada, baixos salários, falta de tempo para atualização e capacitação. Além disso, alunos mal-educados e pouco interessados na aprendizagem, e famílias distantes. Ou seja, uma situação alarmante e que resulta em quadros lastimáveis para a educação. Professores são agredidos por alunos, e vice-versa, dentro da escola. Diante disso, o que pode ser feito para que o limite não seja extrapolado?
Para Maria do Carmo Rezende Procaci Santiago, professora da Escola Municipal Estados Unidos, do Rio de Janeiro (RJ), que é docente há 39 anos, é imprescindível que os estudantes recebam na escola orientações sobre princípios morais. “A conscientização a respeito dos valores éticos e morais propicia ligação entre a escola e a vida. Particularmente, sinto falta, em meus alunos, dos valores morais. É uma lacuna que não poderia existir”, afirma. Ela conta que procura trabalhar o tema constantemente com seus alunos. “Antes de mais nada, valor moral pode ser definido como ‘respeito à vida’, não apenas à vida individual, mas à vida coletiva”, comenta. E completa: “a falta desse tipo de orientação contribui, e muito, para o desrespeito na escola em toda s as formas: desrespeito entre aluno e professor, entre aluno e direção, entre aluno e funcionário, e entre os próprios alunos”.
O clima de desrespeito, que gera a violência na escola, tem sido uma das principais causas que levam os professores a viverem com a saúde física e emocional no limite. Maria do Carmo acredita que os vários tipos de agressão (verbal e física) a que o professor está sujeito, na própria escola, exerce forte influência na sua qualidade de vida e em seu trabalho. “É comum ouvirmos reclamações sobre as questões salariais, mas e as [questões] morais? Como ter educação sem resolver isso?”, questiona.
O professor Israel Marcos Guimarães, que leciona Matemática e Física, é uma das vítimas dessa violência. Guimarães está de licença após, segundo ele, ter sofrido uma agressão por um aluno do ensino médio, na Escola Estadual Capitão Alberto Graf, que fica em Caieiras, na Grande São Paulo. Professor há dois anos, Guimarães lamenta o ocorrido e conta que não pretende voltar a dar aulas. “Tenho medo. Penso em deixar a educação”, revela. O professor conta que no dia 29 de maio, durante a aplicação de uma prova, o aluno (acusado da agressão) não quis seguir a sua orientação para guardar todo o material. O professor então retirou a prova do estudante que, por sua vez, o atacou verbalmente, com palavrões e xingamentos. “Aí ele pegou a mesa [carteira] e jogou em minha direção. Mesmo desviando, acertou minha perna”, relembra o docente. Guimarães registrou Boletim de Ocorrência (B.O.) e desde então vem recebendo atendimento psicológico. “Não me sinto pronto para retornar à sala de aula, ainda estou chocado”, ressalta. O aluno acusado de agressão pelo professor teria problemas de comportamento, e é descrito por ele como alguém com perfil violento; o aluno foi encaminhado à escola pela Fundação Casa (Centro de Atendimento Socioeducativo ao Adolescente), de São Paulo. “Esse aluno, em geral, não está se adaptando à sala de aula comum”, considera o professor. Ele ainda reclama que a escola não lhe deu apoio imediato, demonstrando preocupação inicialmente com o aluno. “Meu sonho sempre foi ser professor, mas chega num ponto que você pensa: será que vale a pena?”, indaga.
A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo está acompanhando o caso. O aluno envolvido foi suspenso, conforme prevê o regimento escolar.

Violência
A violência na escola é um dos fatores que mais geram insegurança. Segundo a pesquisa “Violência nas escolas: O olhar dos professores”, divulgada no mês de maio deste ano pelo Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), 44% dos professores ouvidos responderam já ter sofrido algum tipo de violência em sua unidade escolar, sendo considerado violência desde agressão verbal (39%) a bullying (6%) e agressão física (5%), e 57% dos professores ouvidos consideram as escolas violentas. A pesquisa foi realizada pelo Instituto Data Popular, entre os dias 18 de janeiro a 5 de março deste ano, com 1.400 professores, em 167 cidades do Estado de São Paulo.
Para a presidenta da Apeoesp, Maria Izabel Azevedo Noronha, o índice de professores que sofreram algum tipo de violência preocupa. “São muitos os professores que vêm sendo agredidos. Além disso, é alarmante constatar que os casos de violência viraram uma questão corriqueira”, enfatiza. Ela também lamenta o fato de que, segundo mostra a pesquisa, em 95% dos casos os alunos são os responsáveis pela violência. “Eu atribuo tudo isso à retirada da autoridade do professor, que hoje é tratado como um ‘nada’. Mas ele é uma autoridade sim, é detentor de conhecimento, do saber que forma gente, que forma a sociedade”, ressalta Maria Izabel.
A pesquisa revela, ainda, que cerca de 40% dos professores que participaram do levantamento lecionaram em mais de um turno em 2012 e 58% lecionam mais de uma matéria. Além disso, 84% dos professores ouvidos têm conhecimento sobre casos de violência nas escolas que lecionaram em 2012. Para os professores ouvidos na pesquisa, a falta de educação, de respeito e de valores estão entre as principais causas da violência nas escolas, e 35% deles acreditam que os pais devem ser os principais colaboradores para a redução da violência. “Diante dessa perda da autoridade do professor, deve haver compromisso da família no ato de educar. Temos debatido isso. O que não pode é jogar essa responsabilidade nas costas do professor”, alerta a presidenta da Apeoesp. Ela adverte que a escola deve chamar a família para participar do cotidiano escolar, mas não para as festividades. “A família deve ser convocada para discutir a questão da aprendizagem, do ensino e do comportamento, das atitudes dos alunos. Isso vai deixar os pais mais interessados porque se trata de compromisso com a qualidade da educação”, afirma.
O levantamento também apontou medidas que ajudariam na diminuição da violência escolar: 28% dos professores acreditam que promover debate sobre violência seria uma ação favorável; 18% apontam a necessidade de atuação de profissionais de suporte pedagógico; 16% consideram investimento em cultura e lazer como uma medida importante e 15% defendem o policiamento nas áreas no entorno da escola. Outras medidas também foram apontadas, por um percentual menor de docentes, como gestão democrática nas escolas e a redução do número de alunos por sala.
Maria Izabel defende uma atuação mais efetiva dos conselhos escolares. “A comunidade escolar está nele [no conselho]. A escola tem que ser uma célula viva de debate e não uma agenda fria que se estabelece no início do ano. A cada situação, a escola deve chamar o conselho para discutir o que fazer. O conselho deve assumir uma agenda mais viva, permanente, e deve levantar pautas. Esse é o compromisso de todos”, considera.

No limite
O cenário que compõe o dia a dia escolar acaba gerando graves problemas para muitos professores, que acabam vivendo sob estresse permanente. Em 2012, a pesquisa “Professores no limite: O estresse no trabalho do ensino privado do Rio Grande do Sul” mostrou que os docentes estão adoecendo. O estudo foi publicado pela Federação dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino do Rio Grande do Sul (Fetee/Sul), e realizado com base em pesquisa feita em 2008, pelo Departamento Intersindical de
Estudos sobre Saúde nos Ambientes de Trabalho (Diesat), e aprofundamento dos dados da pesquisa feito por profissionais do Programa de Pós-graduação de Psicologia da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), de São Leopoldo (RS), em 2011. A pesquisa buscou identificar a relação entre as condições de trabalho e a saúde dos mais de 35 mil professores que atuam da educação infantil ao ensino superior do ensino privado no Estado.
Segundo a professora Janine Kieling Monteiro, doutora em Psicologia e uma das autoras da publicação, os fatores de adoecimento que mais se destacaram na pesquisa foram sobrecarga de trabalho e dificuldade de lidar com os alunos. “No primeiro caso, o problema está relacionado à quantidade excessiva de atividades que o professor tem que executar hoje em dia, sobretudo no período extraclasse. Em relação aos alunos, as dificuldades surgem porque eles têm menos limites e educação [modos de comportamento] do que anos atrás, e menor motivação para estudar, já que hoje têm mais disponibilidade de informações”, comenta Janine.
A pesquisa revelou, segundo Janine, um índice considerado muito alto de estresse entre os professores – 58,4% no grupo estudado. Comparado a outras profissões avaliadas, em outros estudos que utilizaram o mesmo instrumento de pesquisa, o índice de estresse dos professores é o maior: 47,4% em policiais militares de Natal (RN) e 47% em bancários de Pelotas (RS). Janine explica que o nível de estresse é dividido em quatro etapas: alerta, resistência, quase-exaustão e exaustão. “A fase de estresse que predominou foi a de resistência, etapa em que estão 50,5% dos professores entrevistados”, explica a professora. Os sintomas que mais se destacaram foram cansaço excessivo e tensão muscular. “Na fase da resistência, existe um aumento acima do normal na capacidade de funcionamento do organismo, o qual busca se reequilibrar, utilizando-se de grande energia, o que pode gerar a sensação de desgaste generalizado sem causa aparente e dificuldades com a memória, entre outras consequências”, adverte a pesquisadora.
Para minimizar os níveis de estresse, Janine orienta que o professor deve procurar ajuda. “Pedir ajuda tanto para a escola como para os colegas – para maior apoio em suas atividades, por exemplo. Também fazer contato com amigos e familiares, a fim de dividir as dificuldades. Quando necessário, buscar ajuda de um profissional de saúde”, sugere. Ela comenta que as doenças que geralmente aparecem nesses casos são as psicossomáticas: doenças do coração, problemas de coluna, LER/Dort, problemas na voz.
Outro dado alarmante da pesquisa é que 83% dos professores disseram frequentar o trabalho mesmo doentes. “Trabalhar doente diminui consideravelmente o desempenho do profissional, o que pode comprometer a qualidade do seu trabalho e agravar ainda mais a sua saúde”, alerta Janine.
Situações diversas, que geram um clima de insegurança para o professor, sem dúvida afetam o desempenho em sala de aula. De acordo com Janine, aparece nesse cenário o fato de o docente não saber lidar com os alunos de hoje em dia, “que têm menos respeito pelo professor e, muitas vezes, até o ameaçam em sala de aula, além da insegurança de se manter no emprego, caso não ‘agrade’ tanto esse aluno”.

Prevenção
Medidas preventivas deveriam envolver amplo debate sobre a saúde física e mental dos professores, envolvendo escolas, sindicatos e comunidade em geral, buscando levantar possibilidades conjuntas para promoção de saúde e melhorias nas condições de trabalho, considera a professora Janine. “Qualidade de vida é tudo, se um trabalhador sente-se ameaçado e/ou cobrado quase todo o tempo fica difícil ter qualidade naquilo que ele faz. Há uma necessidade humana de poder realizar as atividades no trabalho com tempo e ‘clima’ viável para isso”, diz. E completa: “o professor está sentindo que sempre fica devendo algo, pois falta tempo para realizar tudo o que precisaria fazer para ter mais qualidade no seu trabalho”. Janine ainda observa que outro aspecto preocupante é a remuneração do professor, “que podia ser mais alta, pois, em muitos casos, ele trabalha em mais de uma escola para poder dar conta de suas despesas”.
A forma de reverter esse lamentável quadro, na opinião da professora Janine, é dar voz e apoio aos docentes. “É necessário ouvir mais os professores, a fim de buscar alternativas conjuntas para reverter a situação”, observa. Ela aponta ainda outras medidas que podem ser eficientes: desonerar o professor de algumas funções que são mais da área administrativa, que podem ser realizadas por uma equipe de apoio; promover atividades que visem aproximação efetiva entre alunos e professores; reconhecer e valorizar o trabalho dos professores, o que pode facilitar o convívio e tornar o ambiente laboral mais agradável e com menos fatores estressantes.