IMPLEMENTAÇÃO DA LEI 10.639
Completando 10 anos da promulgação da lei que definiu a obrigatoriedade do ensino da temática " história e cultura afro-brasileira", as vésperas do dia de comemorações da Consciência Negra.
Queremos saber qual a sua opinião a respeito da obrigatoriedade colocada na lei nº 10.639, quais seriam as maiores dificuldades da escola em efetivá-la?
Bom trabalho!

Bom dia,
ResponderExcluirRealmente, não há como negar a grande contribuição do negro no processo histórico e cultural de nosso país. A lei 10.639 nada mais faz do que promover uma justa reparação ao grande débito da sociedade para com seus descendentes africanos.
Entendo que a cultura negra prestou imensos serviços na construção de nossa identidade brasileira e muito justo me parece esse resgate. O racismo ainda permeia a sociedade e não raro ouvimos expressões do tipo “Ele é um negro de alma branca’’, sem que a pessoa se aperceba do grau de preconceito embutido nessas palavras.
Com relação à Comemoração do Dia da Consciência Negra, concordo com a professora Regina Lúcia Pereira, mestra e doutora em História pela PUC do Rio Grande do Sul, quando afirma que o contato com a Cultura Negra deve ser efetivo, não se restringindo apenas a uma festividade com caráter pontual, fato ainda comum em muitas escolas.
Com relação a minha disciplina, posso dizer que o livro que adotamos, bem como as apostilas, especialmente a de oitavo ano, contemplam significativamente essa questão.
Mônica Monnerat
A Constituição de 1988 já deixa claro que a prática de racismo constitui crime inafiançável e imprescritível. Mesmo assim, foram necessárias novas leis para que o cumprimento de um comportamento de respeito mútuo, fosse pensado e colocado em prática por cidadãos que se julgam superiores a outros pela cor da pele, condição social ou intelectual. Felizmente para a maioria das pessoas, e me incluo neste grupo, o que realmente conta é o caminhar na direção da realização de sonhos e encontrar oportunidades para realiza-los, neste sentido as Leis vieram para equiparar as possibilidades.
ResponderExcluirNas aulas de Matemática sempre que surgem comportamentos de imposição e superioridade, seja nas questões de habilidades ou de padrões físicos, provoco reflexões e atitudes na classe, para que as questões sejam pensadas e repensadas, desenvolvendo, quase sempre, comportamentos positivos e solidários entre os colegas. Que fique claro, sempre existirá uma minoria que não é atingida e que por questões de conveniência fingem praticarem o respeito entre seus pares. Digo isso, porque, nas aulas que seguem, vejo os comportamentos de "superioridade" se repetirem por parte sempre dos mesmos jovens.
Quanto a escola, acho que faltam mais atividades voltada para o surgimento dos talentos natos. O que realmente nos faz reconhecer e admirar alguém é o seu poder de oportunizar ao mundo seu amor, sua arte, seu trabalho. Ou seja seu TALENTO.
Profª: Simônia - Matemática.
Não vejo problema algum em adotar a temática ser incluída no currículo oficial, aliás não é de hoje que a mesma vem sendo abordada nas aulas das mais diversas disciplinas, mesmo porque "preconceito" já se tornou obrigatória discussão no processo educativo. Porém, não sei o que possa estar por trás dos intentos especialistas abordarem tão veemente a questão e torná-la obrigatória, porque o estudos de nossas raízes, ainda que superficialmente, tem sido abordado e assimilado há décadas...Qual seria realmente o intento da proposta: a de preservação cultural ou seria apenas para inflamar ideologias políticas sob o slogan da preservação étnica e inclusão das minorias ? Lembro-me de reportagens a respeito, em fins da década de 90, quando sociólogos já apontavam que o século vindouro (XXI) seria marcado pelo prestígio das minorias, dos excluídos, dos marginalizados, dos sem teto, sem pátria...e o Brasil seria o principal celeiro em abrigá-los...ou seria "seleiro" ? Apenas aceito e penso que quanto mais conhecermos o assunto e "seus propósitos", melhor será sua abordagem, discussão, contestação ou aceitação. "Só sei que nada sei !", em homenagem à Flávia! Jacqueline
ResponderExcluirA GNT está passando uma série As Grandes Damas da TV as quartas 21hs,numa dessas entrevistas,a grande atriz RUTH de SOUZA comentou que sua professora falava que o negro não tinha inteligência, e ela batalhava para obter nota 10 em todas as disciplinas ,mostrando a ela que o negro possuia sim inteligência.Esperamos que os alunos dessa nova realidade educacional,tenham o verdadeiro conhecimento sobre a História e Cultura Afro-Brasileira e que possam contribuir democraticamente,no respeito a diversidade e acredite na igualdade racial,valorizando as origens africanas e dos seus descendentes, para a formação do país.
ResponderExcluirNào vejo problemas em adotar a temática nas aulas ou propostas alternativas de trabalho pedagógico. Sempre que ocorre algum incdente em sala de aula, com sentido maldoso ou pejorativo, procuro conversar com os alunos sobre o tema, explicando os direitos de todos e sua importância na nossa história.
ResponderExcluirRoseli Prieto
A própria Constituição é clara, que a prática de racismo constitui crime inafiançável e imprescritível. Não vejo problema na discussão desse tema em nosso currículo.
ResponderExcluirA universalização de uma formação temática específica, que ofereça
referências positivas sobre a história da população negra para todos os seus
profissionais apresenta-se como uma estratégia relevante no desencadeamento
desse processo de enraizamento da Lei como política pública. Disponibilizar
subsídios e material didático, oferecer cursos de formação específica, realizar um
acompanhamento sistemático e transformar o debate sobre relações étnico-raciais
em rotina nos seus espaços de discussão parece-nos ser um caminho.
Profª Maria Tereza de Abreu
Somos todos descendentes daquele ser humano primordial que surgiu nas estepes da África, na evolução dos primatas, o ramo que posteriormente daria origem ao homem e se tenha desmembrado do dos macacos há cerca de 20 milhões de anos e, segundo estudos mais recentes, que adquiriu autoconsciência - e tornou-se efetivamente humano - há cerca de 100 mil anos. A partir daí houve a diáspora dos homo sapiens para todos os rincões do nosso planeta. Recentemente, em 12 de outubro, contou-se a saga de Cristóvão Colombo, que ao chegar à América encontrou os índios habitando-a. Na verdade, não foi apenas um encontro, mas um reencontro de seres humanos que, há dezenas de milhares de anos se separaram, indo uma parte para o ocidente e a outra se deslocando para o extremo oriente, chegando a atravessar o estreito de Bering e fixando-se no vastíssimo continente americano. Por essa breve história, não existe qualquer argumento que dê ganho de causa ao racismo ou à discriminação racial. Em essência somos todos iguais, navegando pelo espaço infinito em uma belíssima nave espacial, que chamamos de Terra. Mas, não acredito que apenas leis mudam o comportamento humano, principalmente quando tal comportamento é cultural. As mudanças sustentáveis são produtos do esclarecimento e dos bons exemplos, ou seja, são produtos da Educação, na qual nós, educadores, somos agentes.
ResponderExcluirJames
O Brasil coloca–se como uma democracia racial, porém observa-se o racismo velado , camuflado e que tem uma dimensão histórica considerável. A lei 10639\03 tornou-se obrigatório o estudo da História e cultura Afro- brasileira no ensino fundamental e médio. Em contrapartida deu-se conta das dificuldades de sua implementação a começar pelos professores que nunca tiveram, em suas graduações contato com disciplinas específicas sobre a História da África. Os livros didáticos de História utilizados nestes níveis de ensino não reservavam espaços para a temática.A grande maioria dos livros vinham carregados de preconceitos e uma ideologia totalmente eurocentrica. Quando participei do curso Educando pela diferença, percebi o quanto nós professores não estávamos preparados para trabalhar essa temática na sala de aula e também pela falta de materiais e subsídios. Acho importante os professores de Artes, literatura e História abordarem a temática durante o ano letivo, pois contribuirá com uma pedagogia de auto estima , afirmação da identidade e romper com a estrutura eurocentrica que por muitos anos caracterizou a formação escolar brasileira. Educando pela diferença conseguiremos uma sociedade mais justa, com igualdade de oportunidades e livre de preconceitos.
ResponderExcluirDenise.
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ResponderExcluirA maior dificuldade da escola é realizar diálogos frequentes sobre educação em direitos humanos. Diálogos que envolvessem todos os professores, os funcionários, os pais, a comunidade e a equipe gestora, para tentar combater o racismo não só na escola, mas em toda a sociedade. Já que quando uma criança na escola é vítima de atos racistas aborrece grande parte da população. Não existem diferentes raças humanas, mas temos que conviver com esse pernicioso defeito de nossa civilização.
ResponderExcluirProf. Fábio Corrêa.
Dentro da minha matéria acho super interessante trabalhar sobre o tema, pois os negros enriqueceram nossa cultura e continuam fazendo isso, através da música, da dança, da moda e etc...Não gosto da obrigatoriedade dela, porque tudo que se torna obrigatório torna-se chato e muitas vezes os alunos não entendem o motivo da repetição do tema.
ResponderExcluirA nossa maior dificuldade será o preconceito das pessoas com o tema.
Prof. Tatiana Cascaes
Concordo com a obrigatoriedade.
ResponderExcluirEm determinado momento só tínhamos a história européia.
Na África o homem evoluiu e partiu para outros lugares, levando conhecimento.
Quando chegou ao Brasil, passou a integrar através da miscigenação o nosso
povo:O povo brasileiro.
A história do africano se fundiu a nossa e continua sendo contada com a luta do povo negro e de todos nós que somos mistura.
Quando tivermos o costume de falar sobre isso e em sala de aula, Acaba o preconceito de nossos alunos.
Maria Alcedina.
É de se considerar que os negros contribuíram para que a cultura brasileira fosse enriquecida nos aspectos sociais, históricos e artísticos. O intuito da lei nº 10.639 é deveras fazer um trabalho de conscientização social, pois o racismo, implícita ou explicitamente, acontece ainda nos dias de hoje. Por outro lado, a lei é clara quando enfatiza que "a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível (...)". Acredito que seja importante as disciplinas de Literatura, História e Artes se unirem para se desenvolver um projeto que valorize esta temática tão distorcida e mal interpretada pela sociedade.
ResponderExcluirUma das dificuldades que possa existir é o fato de lidarmos com a discriminação racial e social nas escolas, especificamente. Para que esse problema seja efetivamente bem articulado e amenizado, é necessário que haja uma capacitação sobre a História e cultura afro-brasileira direcionada aos professores com o propósito de qualificá-los para tal abordagem em sala de aula. Penso que se cada um fizer a sua parte, dentro de um contexto social, conseguiremos formar cidadãos menos egoístas, mas que sejam mais altruístas, éticos, críticos e que respeitem, acima de tudo, o seu semelhante.
Falar sobre racismo dentro de uma instituição escolar não deveria ser obrigatório e sim parte de todas as disciplinas. Na disciplina de ed. fisica posso abordar com os alunos os diferentes tipos de danças e culturas afro. Acredito que nos dias de hoje nao teremos dificuldades em falar sobre isso, os tempos mudaram e vejo os alunos mais flexíveis em relação a isso.
ResponderExcluirÉ relevante e considerável que se tenha em nosso currículo a cultura afro, afinal é dela que descendemos e trazemos nossas maiores riquezas. Contudo, a predominância e supremacia da cultura européia e americana sempre se sobrepôs, obstaculizando o pleno conhecimento dessa cultura tão rica. Sempre conhecemos as histórias de guerra e miserabilidade desses povos, mas jamais tivemos a oportunidade de saber sobre as suas riquezas.
ResponderExcluirAssim, é oportuno que tenhamos a obrigatoriedade neste momento, como um meio de informar e esclarecer aquilo que a séculos ficou obscuro.
É isso.
PROF. SIDNEI
A lei é oportuna. É urgente que a escola aborde e discuta a questão da discriminação racial, ainda tão presente em nossa sociedade, envolvendo principalmente afro-descendentes. Esse trabalho só terá êxito, se a escola se consolidar como um espaço plural, onde todos os povos terão suas culturas estudadas e respeitadas, assim a diversidade não significará mais desigualdade. Cada um dos grupos que contribui para a formação da sociedade brasileira tem histórias, saberes, culturas e línguas próprias que devem ser conhecidas para respeitá-las. Por isso, a lei é bem-vinda, porque estabelece um espaço já tardio para a cultura afro-brasileira.
ResponderExcluirCorrigindo ,o canal correto é o VIVA,abraços
ResponderExcluirJosé Augusto/Geografia
Efetivar a lei, não é tarefa só dos professores, mas sim de toda a escola, de todas as disciplinas, não apenas como um projeto, em datas comemorativas, mas sim em todo o decorrer do ano letivo, pois é preciso que se recupere o orgulho de ser negro, de se buscar uma pedagogia de auto-estima. Salientar as várias lutas de resistências empreendidas por eles é uma boa abordagem positiva e não apenas mostrar seus sofrimentos.
ResponderExcluirOs negros africanos nos trouxeram suas tradições, seus costumes, suas cores. Com isso contribuíram imensamente para a formação cultural e social do povo brasileiro. Estudar História da África, mesmo não sendo uma tarefa tão simples, é algo imperioso e urgente, as limitações surgem, o preconceito existe na sociedade brasileira, o despreparo dos professores, o desinteresse pelas editoras, tudo isso faz com que nossa pergunta fique ainda um bom tempo sem resposta.
"Será que a escola está efetivando a lei nº 10.639? "
Acredito que incluir a cultura africana na pauta de nossas aulas, é muito importante, pois nós brasileiros somos em sua maioria afrodescendentes. Muitos dos alunos ainda carregam consigo um preconceito velado, a maioria não exterioriza esse sentimento, mas infelizmente ele ainda esta enraizado na sociedade.
ResponderExcluirVemos exemplos disso todos os dias, em piadas, apelidos.
A maior dificuldade no meu caso, seria incluir na matéria de Matemática.