terça-feira, 28 de maio de 2013

Pauta ATPC - 29/05/2013


A proposta é a de trabalhar com elementos da nossa realidade escolar à luz das nossas discussões internas e decisões, bem como nos baseando na bibliografia proposta para os próximos concursos da SEE-SP. Desta forma, discutiremos, no ATPC Virtual desta semana acerca da qualidade do aprendizado dos nossos alunos face aos resultados apresentados no primeiro bimestre, reflexo das apresentações de trabalhos nas salas de aula. A proposta ora apresentada remete-nos a um trecho do artigo Educação: um tesouro a descobrir, de  Jacques Delors e José Carlos Eufrazio.


CAPÍTULO 4
OS QUATRO PILARES DA EDUCAÇÃO
(Nesta semana vamos ler apenas sobre dois Pilares: Aprender a conhecer e Aprender a fazer)


Delors afirma que os meios, nunca antes disponíveis, para a circulação e armazenamento de informações e para a comunicação, no próximo século submeterá a educação a uma dura obrigação que pode parecer, à primeira vista, quase contraditória. A educação deve transmitir, de fato, de forma maciça e eficaz, cada vez mais saberes e saber fazer evolutivos, adaptados à civilização cognitiva, pois são as bases das competências do futuro. Simultaneamente, compete-lhe encontrar e assinalar as referências que impeçam as pessoas de ficar submergidas nas ondas de informações, mais ou menos efêmeras, que invadem os espaços públicos e privados e as levem a se orientarem para projetos de desenvolvimento individuais e coletivos. À educação cabe fornecer, de algum modo, os mapas de um mundo complexo e constantemente agitado e, ao mesmo tempo, a bússola que permita navegar através dele. 
Nesta visão prospectiva, uma resposta puramente quantitativa à necessidade insaciável de educação - uma bagagem escolar cada vez mais pesada - já não é possível nem mesmo adequada. Não basta, de fato, que cada um acumule no começo da vida uma determinada quantidade de conhecimentos de que possa abastecer-se indefinidamente. É, antes, necessário estar à altura de aproveitar e explorar, do começo ao fim da vida, todas as ocasiões de atualizar, aprofundar e enriquecer estes primeiros conhecimentos, e de se adaptar a um mundo em mudança. 
Para poder dar resposta ao conjunto das suas missões, a educação deve organizar-se em torno de quatro aprendizagens fundamentais que, ao longo de toda a vida, serão de algum modo para cada indivíduo, os pilares do conhecimento: aprender a conhecer, isto é, adquirir os instrumentos da compreensão; aprender a fazer, para poder agir sobre o meio envolvente; aprender a viver juntos, a fim de participar e cooperar com os outros em todas as atividades humanas; finalmente aprender a ser, via essencial que integra as três precedentes. É claro que estas quatro vias do saber constituem apenas uma, dado que existem entre elas múltiplos pontos de contato, de relacionamento e de permuta. 
Mas, em regra geral, o ensino formal orienta-se, essencialmente, se não exclusivamente, para o aprender a conhecer e, em menor escala, para o aprender a fazer. As duas outras aprendizagens dependem, a maior parte das vezes, de circunstâncias aleatórias quando não são tidas, de algum modo, como prolongamento natural das duas primeiras. O autor pensa que cada um dos “quatro pilares do conhecimento” deve ser objeto de atenção igual por parte do ensino estruturado, a fim de que a educação apareça como uma experiência global a levar a cabo ao longo de toda a vida, no plano cognitivo como no prático, para o indivíduo enquanto pessoa e membro da sociedade. Uma nova concepção ampliada de educação devia fazer com que todos pudessem descobrir, reanimar e fortalecer o seu potencial criativo - revelar o tesouro escondido em cada um de nós. Isto supõe que se ultrapasse a visão puramente instrumental da educação, considerada como a via obrigatória para obter certos resultados (saber-fazer, aquisição de capacidades diversas, fins de ordem econômica), e se passe a considerá-la em toda a sua plenitude: realização da pessoa que, na sua totalidade, aprende a ser. 

Aprender a conhecer 
Este tipo de aprendizagem que visa não tanto a aquisição de um repertório de saberes codificados, mas antes o domínio dos próprios instrumentos do conhecimento pode ser considerado, simultaneamente, como um meio e como uma finalidade da vida humana. Meio, porque se pretende que cada um aprenda a compreender o mundo que o rodeia. 
Aprender para conhecer, supõe antes tudo, aprender a aprender, exercitando a atenção, a memória e o pensamento. 
Por outro lado, o exercício da memória é um antídoto necessário contra a submersão pelas informações instantâneas difundidas pelos meios de comunicação social. Seria perigoso imaginar que a memória pode vir a tornar-se inútil, devido à enorme capacidade de armazenamento e difusão das informações de que dispomos daqui em diante. É preciso ser, sem dúvida, seletivo na escolha dos dados a aprender “de cor” mas, propriamente, a faculdade humana de memorização associativa, que não é redutível a um automatismo, deve ser cultivada cuidadosamente. Todos os especialistas concordam em que a memória deve ser treinada desde a infância, e que é errado suprimir da prática escolar certos exercícios tradicionais, considerados como fastidiosos. 
Finalmente, o exercício do pensamento ao qual a criança é iniciada, em primeiro lugar, pelos pais e depois pelos professores, deve comportar avanços e recuos entre o concreto e o abstrato. 
Também se devem combinar, tanto no ensino como na pesquisa, dois métodos apresentados, muitas vezes, como antagônicos: o método dedutivo por um lado e o indutivo por outro. 
O processo de aprendizagem do conhecimento nunca está acabado, e pode enriquecer-se com qualquer experiência. Neste sentido, liga-se cada vez mais à experiência do trabalho, à medida que este se torna menos rotineiro. A educação primária pode ser considerada bem-sucedida se conseguir transmitir às pessoas o impulso e as bases que façam com que continuem a aprender ao longo de toda a vida, no trabalho, mas também fora dele. 

Aprender a fazer 
Aprender a conhecer e aprender a fazer são, em larga medida, indissociáveis. Mas a segunda aprendizagem está mais estreitamente ligada à questão da formação profissional: como ensinar o aluno a pôr em prática os seus conhecimentos e, também, como adaptar a educação ao trabalho futuro quando não se pode prever qual será a sua evolução? 
Convém distinguir, a este propósito, o caso das economias industriais onde domina o trabalho assalariado do das outras economias onde domina, ainda em grande escala, o trabalho independente ou informal. De fato, nas sociedades assalariadas que se desenvolveram ao longo do século XX, a partir do modelo industrial, a substituição do trabalho humano pelas máquinas tornou-o cada vez mais imaterial e acentuou o caráter cognitivo das tarefas, mesmo na indústria, assim como a importância dos serviços na atividade econômica. O futuro destas economias depende, aliás, da sua capacidade de transformar o progresso dos conhecimentos em inovações geradoras de novas empresas e de novos empregos. Aprender a fazer não pode, pois, continuar a ter o significado simples de preparar alguém para uma tarefa material bem determinada, para fazê-lo participar no fabrico de alguma coisa. Como consequência, as aprendizagens devem evoluir e não podem mais ser consideradas como simples transmissão de práticas mais ou menos rotineiras, embora estas continuem a ter um valor formativo que não é de desprezar os diversos aspectos da aprendizagem. Qualidades como a capacidade de comunicar, de trabalhar com os outros, de gerir e de resolver conflitos, tornam-se cada vez mais importantes. E esta tendência torna-se ainda mais forte, devido ao desenvolvimento do setor de serviços. 
Finalmente, é provável que nas organizações ultratecnicistas do futuro, os déficits relacionais possam criar graves disfunções exigindo qualificações de novo tipo, com base mais comportamental do que intelectual. O que pode ser uma oportunidade para os não diplomados, ou com deficiente preparação em nível superior. A intuição, o jeito, a capacidade de julgar, a capacidade de manter unida uma equipe não são de fato qualidades, necessariamente, reservadas a pessoas com altos estudos. Como e onde ensinar estas qualidades mais ou menos inatas? Não se podem deduzir simplesmente os conteúdos de formação, das capacidades ou aptidões requeridas. O mesmo problema põe-se, também, quanto à formação profissional, nos países em desenvolvimento.
 Bibliografia: DELORS, JACQUES E EUFRAZIO, JOSÉ CARLOS. Educação: Um Tesouro a Descobrir. São Paulo: Cortez, 1998, Apeoesp, Revista De Educação. Acesso em 14, abr, 2013: http://www.apeoesp.org.br/publicacoes/resenhas-concurso/apostila-peb-ii/.
Questões para discussão:

1 – Considerando a realidade atual na qual todos temos acesso a meios de comunicação com enorme capacidade de armazenamento de informações e também a efemeridade de dados, como você, professor,  espera que sua disciplina e seus ensinamentos possam contribuir para o “saber fazer evolutivo” como “base das competências do futuro” e como “o impulso e as bases que façam com que continuem a aprender ao longo de toda a vida, no trabalho, mas também fora dele”?

2 – “Qualidades como a capacidade de se comunicar, de trabalhar com os outros, de gerir e de resolver conflitos, tornam-se cada vez mais importantes...”. No caso dos trabalhos em grupos, você professor, considera que a orientação destas atividades por meio de Sequências Didáticas sejam uma boa maneira de perseguir o processo de aprendizagem bem como uma forma de ver os resultados nas apresentações dos grupos em sala de aula?

3 – A sugestão do uso das normas da ABNT divulgada no site da “Marquês” poderia contribuir efetivamente para que Sequência Didática apresentada na orientação para realização das atividades em grupo envolva realmente o desenvolvimento da capacidade de comunicar do aluno sobre o que ele aprendeu? Isto resultaria na apresentação de um trabalho de qualidade lançando mão inclusive de novas tecnologias e dos recursos disponíveis na nossa escola?

Bom Trabalho!

terça-feira, 21 de maio de 2013

Pauta ATPC - 21/05/2013

Senhores Professores:

Dando continuidade ao processo de Formação Continuada em nossa Unidade Escolar, colocamos a 1ª parte de um tema que norteia todo o nosso trabalho: "A AULA ESSENCIAL". 


Essa apresentação foi trabalhada junto à equipe gestora e compartilhamos com vocês. 

A finalização desse debate será na terça-feira (28/05). Deixem suas impressões... 

Obrigado e uma ótima interpretação!


terça-feira, 14 de maio de 2013

Pauta ATPC - 15/05/2013

A Indisciplina, Cidadania, Moral e a Ética(1)


Que a indisciplina está correndo solta na sala de aula, dentro da Escola e no entorno da Escola, é de consenso geral entre os Professores. Infelizmente, dado o descaso com que a indisciplina é conduzida e tratada pelas autoridades, imputou-se ao Professor e às Escolas a responsabilidade de solucioná-la.

O que talvez, nem o Poder Público e nem as Famílias estejam vendo é que a indisciplina de HOJE, é a VIOLENCIA não mais de AMANHÃ, mas de HOJE mesmo.

Até há bem pouco tempo, acreditava-se que a violência só ocorria à noite, e em pontos e situações isoladas.

HOJE, está violência está dentro das salas de aula, dentro das Escolas, no meu e no seu Bairro, na minha e na sua rua. Ela está assustadoramente próxima de nós.

Os jovens atualmente desafiam e desrespeitam os Pais, quando chegam na sala de aula fazem o mesmo com os Professores ,e o que começou com comportamentos de desrespeito e indisciplina, desemboca na Comunidade na forma de violência explícita contra o cidadão.

Depois que o problema sai do controle de quem é a responsabilidade de solucioná-lo ?

E antes do mesmo ocorrer, de quem é a responsabilidade de prevení-lo ?

Veja abaixo a matéria que foi publicada no Jornal A Folha de São Paulo :

14/11/2012 - 20h06
Senado aprova inclusão da disciplina 'Cidadania Moral e Ética' no currículo escolar
GABRIELA GUERREIRODE BRASÍLIA
O Senado aprovou na quarta-feira (14) projeto que obriga as escolas da educação básica a oferecerem as disciplinas de Ética e Cidadania Moral e Ética Social e Política. O projeto altera a Lei de Diretrizes e Bases da educação brasileira ao tornar as duas disciplinas obrigatórias nas escolas brasileiras.
Instituída durante a ditadura militar (1964-1985), a disciplina de “Moral e Cívica” deixou de ser obrigatória no país em 1993. No decreto de sua criação, o governo militar dizia que a disciplina tinha entre outros objetivos “a preservação dos valores espirituais e éticos da nacionalidade” e o “fortalecimento da unidade nacional”.
O MEC (Ministério da Educação) é contrário ao projeto por considerar que a inclusão de duas novas disciplinas vai promover um “inchaço” nos currículos escolares. Em nota técnica enviada a senadores para criticar o projeto, o ministério diz que o calendário de 200 dias letivos fixado pela Lei de Diretrizes e Bases da educação não comporta novas disciplinas.
A proposta havia sido aprovada em caráter terminativo pela Comissão de Educação do Senado em setembro, mas o líder do governo, Eduardo Braga (PMDB-AM), pediu sua votação em plenário.
Autor do projeto, o senador Sérgio Souza (PMDB-PR) aproveitou o esvaziamento do plenário nesta quarta-feira, véspera de feriado, e conseguiu incluir a matéria na pauta de votações. O senador disse que tinha o apoio dos líderes partidários para votar a matéria. O projeto segue agora para análise da Câmara dos Deputados.
Em defesa da proposta, Souza afirmou que a inclusão das disciplinas tem o objetivo de fortalecer o sistema educacional brasileiro ao priorizar a “formação moral e ética das nossas crianças”.
“Queremos fortalecer a formação de um cidadão brasileiro melhor: pela formação moral, ensinando conceitos que se fundamentam na obediência a normas, tabus, costumes ou mandamentos culturais, hierárquicos ou religiosos; por outro lado, pela formação ética, ensinando conceitos que se fundamentam no exame dos hábitos de viver e do modo adequado da conduta em comunidade”, afirmou o senador.
Relator da proposta e ex-reitor da Universidade de Brasília, o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) defendeu o projeto ao afirmar que os problemas “cruciais” da sociedade só serão solucionados com políticas educacionais voltadas para a formação moral e ética das crianças e jovens.
“Dada a presente desagregação social pela qual passamos, representada pela atual crise de valores humanos, faz-se necessário que a escola oriente a formação do caráter dos nossos jovens, fortalecendo a formação dada no núcleo familiar”, disse.


Você acredita que a inclusão desta nova disciplina, por si só, garantirá a formação moral e ética das crianças e jovens?

Contrariando a afirmação do Senador Cristovão Buarque, creio que há sim uma desagregação social, porém a atual crise de valores humanos dá-se pela desagregação da Família e da mídia para com esses valores.

Não é justo incumbir apenas o Professor de remediar e fortalecer uma educação moral que já não existe nos Lares e nos meios de comunicação, pois não cabe ao Professor o papel de executor desta tarefa.

Viver em Sociedade requer também compartilhamento de responsabilidades e deveres.

Assim sendo pergunto: Quando será criada a Lei que determina que os Pais e a Mídia também recebam aulas de Cidadadia, Moral e Ética ?

E você, o que acha?

terça-feira, 7 de maio de 2013

Pauta ATPC - 08/05/2013

Conforme acordado na reunião de Conselho de Classe, o período para interação foi ampliado até 5ª feira - 23h59. Após esse período, o professor que não acessar a plataforma será considerado ausente. 

Caso o professor tenha problema de acesso ao conteúdo, a sala do Acessa Escola estará à disposição nesses dois dias com o auxílio dos estagiários. Para quaisquer outras situações, por gentileza, procurar Coordenação ou Direção.


Por fim, é um espaço destinado à formação continuada dos docentes e equipe gestora.

Espero que tenhamos acertado o nosso "timing", pois só com essa precisão é que conseguiremos uma escola melhor. Assistam ao vídeo como exemplo:


Agora, propomos que leiam o artigo abaixo e em seus comentários sugiram os temas que poderemos tratar nos próximos ATPC´s. 

Lembrem-se que este é um espaço de formação e desenvolvimento docente, portanto a fundamentação teórica faz parte de nossas colocações.



Bom trabalho!